Embaixadores estrangeiros que estiveram presente no encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmaram que a ofensiva do chefe do Executivo contra o sistema de votação eletrônica foi vista como uma “campanha eleitoral”.
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De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo”, os embaixadores ainda disseram que as falas de Bolsonaro não mudaram a impressão geral de que as eleições brasileiras são seguras, diferentemente do que vem alegando o chefe do Executivo.
Segundo o jornal, ao todo, foram ouvidos sete embaixadores de países que ficam na Ásia, na Europa e na América Latina. Conforme os embaixadores, não existe um porquê para que o sistema eleitoral brasileiro, “que funcionou bem nos últimos 25 anos”, seja questionado.
Um dos embaixadores afirmou que, no evento, que aconteceu no Palácio do Planalto, existiam diplomatas mais simpáticos ao presidente e outros menos. Todavia, a impressão foi a mesma, principalmente nas democracias europeias. Dos diplomatas, apenas alguns se manifestaram. Um deles foi Pietro Lazzeri, da Suíça. No Twitter, ele desejou que “as próximas eleições sejam mais uma celebração da democracia e das instituições” no Brasil.
Já outro diplomata que participou do evento disse que o material apresentado por Bolsonaro foi “amador”. Além disso, ele também afirmou que os representantes dos países já sabiam sobre o inquérito da Polícia Federal (PF) que trata sobre um ataque hacker nas eleições de 2018 que vem sendo usado como base para a argumentação do presidente.
Um relatório apresentado pelo Projeto Comprova mostrou que a invasão foi ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não implicou na segurança das urnas eletrônicas. Além disso, importante destacar que a PF não encontrou vestígios de fraude nas urnas eletrônicas desde que o método de votação foi adotado, em 1996.
Por conta disso, um diplomata europeu disse que não viu “nada de novo” nas declarações do presidente Bolsonaro que, segundo o representante diplomático, fez uma sucessão de “ataques aos ministros do TSE” no final do encontro. Segundo o “Estado de S.Paulo”, a Presidência da República não divulgou uma listagem oficial de quantos embaixadores compareceram, mas uma contagem mostrou que haviam ao menos 70 carros de missões diplomáticas com os convidados no local.
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