Um “modelo” para o mundo. Foi assim que a embaixada dos Estados Unidos classificou o sistema eleitoral brasileiro nesta terça-feira (19), um dia após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ter marcado um encontro com embaixadores estrangeiros para atacar as urnas eletrônicas e a forma como ocorrem as eleições no Brasil.
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Em nota, a embaixada americana afirmou que “as eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”. Ainda no documento, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil diz que está “confiante de que as eleições brasileiras de 2022 vão refletir a vontade do eleitorado”.
Além disso, no documento, consta que o órgão americano está convicto que “à medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia”. De acordo com a embaixada americana, o Brasil tem “um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores”.
“Como já declaramos anteriormente, as eleições no Brasil são para os brasileiros decidirem. Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras”, afirmou a embaixada do país, que publicou a nota após Bolsonaro ter atacado o processo eleitoral, sem nenhuma prova, e ter desferido comentários contra seu adversário político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência e primeiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto.
Não suficiente, o chefe do Executivo, ainda no encontro com embaixadores de vários países, também criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Edson Fachin é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se despede do órgão no próximo mês, quando dará lugar a Alexandre de Moraes na presidência da Corte.
As declarações de Bolsonaro foram classificadas por aliados como “discurso da derrota”. Além disso, eles também avaliam que o chefe do Executivo tem passado a impressão de que “prega para os convertidos” e se afasta ainda mais do objetivo de reduzir sua rejeição e “furar a bolha” do eleitorado mais ideológico.
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