Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar as urnas eletrônicas. Em um encontro com embaixadores, o chefe do Executivo chegou a afirmar que ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não querem implementar medidas que visam a transparência das eleições, pois desejam eleger integrantes da esquerda.
Por conta das declarações, a embaixada do Reino Unido publicou uma nota nesta quinta-feira (21) afirmando que tem plena confiança no sistema eleitoral brasileiro, inclusive nas urnas, “conhecidas por sua celeridade e eficiência”.
“Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas”, diz o texto.
Em outro momento, a embaixada britânica, que se juntou a dos Estados Unidos, que assim como publicou o Brasil123, também defendeu as urnas e o processo eleitoral brasileiro, afirmou que irá trabalhar com quem quer que seja eleito nas eleições brasileiras deste ano.
“Quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o governo britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos”, diz a embaixada do Reino Unido, três dias depois do evento em que Bolsonaro voltou a dar declarações sobre indícios de fraude nos resultados das eleições em 2014 e 2018 — quando ele mesmo foi eleito.
A realização do evento pode causar problemas ao presidente. Isso porque o encontro foi transmitido pela “TV Brasil”, uma emissora pública. Segundo especialistas, tal fato pode ser caracterizado como crime de abuso de concessão pública, culminando em um processo que pode até mesmo acarretar na inelegibilidade do presidente.
Além da embaixada do Reino Unido e dos Estados Unidos, outras entidades como associações de procuradores, do Judiciário, de agentes da Polícia Federal (PF) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), divulgaram notas afirmando que confiam no processo eleitoral brasileiro.