Um relatório apresentado neste domingo (09) pelo Ministério da Saúde do Cazaquistão mostra um número assustador: 164 mortes. Essa foi a quantidade de pessoas que perderam suas vidas em uma semana de protestos do país.
De acordo com informações divulgadas em um canal de TV estatal, as manifestações começaram no segundo dia do ano por conta do aumento do preço dos combustíveis. No entanto, os protestos se espalharam e começaram a tratar de outros assuntos que estão deixando a população descontente.
Ainda conforme essa TV estatal, o governo do Cazaquistão afirma que 5,8 mil pessoas foram presas durante os protestos. Além disso, o Executivo local também afirma ter recuperado o controle de prédios administrativos que haviam sido ocupados pelos manifestantes.
Número de morte aumentou
Esta atualização na contagem de mortes representa uma grande elevação em comparação com o último balanço, que havia sido divulgado horas antes. No relatório em questão, as autoridades do país contabilizavam 42 mortes: 16 policiais ou guardas nacionais e 26 civis.
Na nova atualização, com 164 óbitos, não há a distinção de quais mortos eram civis e quais eram policias ou guardas nacionais. Todavia, sabe-se que a grande maioria, 103, ocorreram em Almaty, a maior cidade do país, onde manifestantes tomaram prédios do governo e incendiaram alguns deles.
Atirar para matar
Na sexta-feira (07), assim como publicou o Brasil123, o presidente do país, Kassym Jomart Tokayev, afirmou que a polícia estava autorizada a “atirar para matar sem aviso prévio”.
“Dei ordem para atirar para matar sem aviso prévio. Os terroristas continuam danificando propriedade e usando armas contra os cidadãos. As forças de ordem estão trabalhando duramente e a ordem constitucional já foi retomada em quase todas as regiões”, disse Tokayev na ocasião.
Manifestações são raras no Cazaquistão
O Cazaquistão raramente tem protestos violentos, pois é governado por um governo autoritário e, desde que deixou de ser República Soviética, em 1991, teve somente dois presidentes. A última grande manifestação aconteceu em 2019 e culminou na saída do até então presidente do país, Nursultan Nazarbayev, do poder – ele estava no cargo desde 1984.
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