Bastaram três dias para a carta em defesa da democracia e do processo eleitoral, divulgada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), atingisse mais de 460 mil assinaturas. A informação consta no contador oficial da página e diz respeito aos números da tarde desta sexta-feira (29).
Bolsonaro publica “manifesto” defendendo democracia
Assim como publicou o Brasil123, intitulada “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!”, o manifesto foi publicado na terça-feira (26) no site da universidade com alguns nomes de pessoas influentes no mundo da política e do Direito, como ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, depois disso, liberado para que todos pudessem assinar.
Essa carta foi criada depois que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), reuniu embaixadores estrangeiros e teceu ataques contra as urnas eletrônicas e contra o sistema eleitoral brasileiro como um todo. Isso, novamente sem apresentar nenhuma comprovação sobre suas alegações.
Na carta consta que, hoje, o Brasil passa por um período em que é registrado um “perigo para a normalidade democrática”. No documento, faz-se a comparação dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro com os “desvarios autoritários” que colocaram em risco a democracia nos Estados Unidos.
De acordo com as informações, os organizadores do manifesto, que será lido no próximo dia 11 de agosto em São Paulo, irão criar uma versão em inglês do documento, pois, a carta tem sido bastante acessada por pessoas que vivem nos Estados Unidos. Pessoas que vivem em Portugal, Reino Unido e Alemanha também estão entrando no site.
Carta sob ataques
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, além de muitas assinaturas, a carta também tem registrado muitas tentativas de ataques hackers. Conforme informações da emissora, já foram cerca de 2400 tentativas de ataques hackers contra o site que recolhe os nomes dos apoiadores do movimento.
Segundo Thiago Pinheiro Lima, procurador-geral do Ministério Público de Contas de São Paulo e um dos organizadores da iniciativa, o site que colhe as assinaturas foi colocado na deep web e, por lá, criminosos estão incentivando que as pessoas tentem derrubar o site. “Eles estão usando palavras de baixo calão, xingamentos, agressões, e tentam se inscrever por outras pessoas, para depois deslegitimar a lista”, disse ele.
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