O Executivo aumentou a pressão sobre o Banco Central em relação à queda da taxa de juros na próxima reunião. O Comitê de Política Monetária (COPOM), que decide o andamento da Selic, se reunirá na terça e na quarta-feira, quando anunciará a nova taxa básica de juros da economia. A expectativa do mercado é de uma queda de 0,25 ponto percentual, mas alguns economistas não descartam uma queda de 0,5 p.p.
Na última semana, membros da equipe ministerial de Lula aumentaram a pressão sobre o Banco Central, exigindo uma queda mais forte da Selic. Com isso, a medida barateia o crédito e faz a economia crescer de forma mais rápida. Na última semana, o FED aumentou os juros nos Estados Unidos.
Executivo vem pressionando o Banco Central
Além do próprio presidente Lula, outros membros do Executivo vêm pressionando o Banco Central por uma rápida queda de juros. Atualmente, o Brasil tem uma Selic de 13,75%, contra uma inflação de 3,16% nos últimos 12 meses. Dessa forma, a taxa real é de mais de 10%, a maior do mundo.
A desaceleração da economia é um processo bastante evidente. Os índices inflacionários estão na meta e as perspectivas é de que o IPCA siga nos patamares aceitáveis nos próximos meses. Com isso, pessoas ligadas ao governo passaram a exigir uma redução na Selic, de modo que o Banco Central fomente o crescimento do país.
Na terça-feira, 25, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a atual taxa de juros “inviabiliza o crescimento do Brasil” e cobrou uma queda de 0,5 p.p. na taxa de juros na próxima reunião. No mesmo dia, Rui Costa, ministro da Casa Civil, cobrou um corte maior que 0,25 p.p., mas disse que essa queda seria a suficiente para fazer o país começar a crescer.
Na quinta-feira, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que se o Banco Central não cortar a Selic, o país estaria diante de “uma situação bastante grave”. No sábado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que há espaço para a queda dos juros na próxima quarta-feira, 2.
Como a Selic ajuda o país?
A queda da taxa de juros, determinada pelo Banco Central, é um dos fatores mais relevantes na condução das políticas públicas no país. Isso porque quanto mais baixa a taxa, mais o país tende a crescer. O outro lado, o atual, também é verdadeiro: altas taxas de juros impedem o crescimento. Por isso, o atual governo deseja a queda da Selic.
Isso porque uma taxa menor permite que empresas barateiem o crédito, tornando mais acessível o financeiamento e o empréstimo aos cidadãos. Com isso, pessoas passam a comprar casas, automóveis e passam a empreender. Com a roda da economia mais pujante, a queda dos juros facilita o acesso ao emprego e, por consequência, ao consumo de bens.
Apesar disso, economistas afirmam que, mesmo com a queda, a taxa ainda seguirá alta. Apesar disso, a queda iniciará um processo ainda mais duradouro, que deve sustentar o crescimento do Brasil nos próximos meses.