O presidente Lula foi, neste sábado (21), visitar a comunidade Yanomami no estado de Roraima. Após o encontro, o petista prometeu trazer de volta a diginidade ao povo indígena, que tem diversos relatos de casos de desnutrição em adultos e crianças. Ainda, existem relatos de que 570 crianças teriam morrido de desnutrição nos últimos cinco anos.
A discussão faz parte de um cenário ainda maior, que tomou conta do debate público nos últimos 4 anos. Isso porque o ex-presidente, Jair Bolsonaro, falou reiteradas vezes que não demarcaria terras indígenas. O povo Yanomami é um dos mais importantes do Brasil, por representar a luta dessa comunidade pelo direito à existência.
Lula prometeu mudanças
A visita de Lula aos povos indígenas em Roraima faz parte de um cenário ainda mais amplo. O último mandato presidencial teve conflitos expostos entre o Governo Federal e as comunidades indígenas. Com a troca de governo, especialistas dizem que as políticas ligadas à remarcação de terras deve mudar drasticamente.
Isso porque Lula defendeu, durante seu mandato, a demarcação de terras indígenas e deve reformular as políticas ambientais do país. Durante os anos de 2019 e 2022, o Brasil registrou desmatamento recorde, o que gerou entraves com autoridades internacionais, fazendo com que o país deixasse de receber investimentos estrangeiros, incluindo o Fundo Amazônia. Com a chegada de Lula à presidência, o fundo foi retomado.
Além disso, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, foi a representante do Brasil em Davos, no Fórum Econômico Mundial. Juntamente com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o Brasil enviou uma mensagem de desenvolvimento econômico sustentável ao mundo. O episódio com os Yanomami é resultado de problemas de desnutrição, que é alvo de investigação de cientistas.
Yanomami terão atendimento do SUS na aldeia
Durante as entrevistas, a ministra da Saúde, indicada por Lula, disse que um efetivo de profissionais do SUS irá para a aldeia Yanomami já na segunda-feira. Segundo presidente, é inviável que as pessoas da comunidade tenham que se deslocar até a cidade para ter acesso à saúde básica. A comunidade Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil.
“A força do SUS começará a vir segunda-feira com mais profissionais, médicos e enfermeiros para esse atendimento de emergência”, disse a ministra Nísia Trindade. Nísia ainda afirmou que o atual cenário é de emergência sanitária e que a presença dos médicos será imediata na aldeia.
Além disso, ainda nas terras da comunidade Yanomami, Lula afirmou que o governo fará pulso firme contra o garimpo ilegal na região. “Eu não posso dizer quais medidas vão ser tomadas, o que eu posso dizer é que não vai existir mais garimpo ilegal”, afirmou o presidente. Por outro lado, pouco antes da saída da região, o presidente também afirmou que voltará à aldeia em março e que tem um compromisso com a comunidade.
Além disso, o ministério da Saúde informou que ao menos 8 crianças Yanomami estão no hospital de Boa Vista desde a última sexta-feira. Ainda, uma criança de 18 dias, recém nascida, teria apresentado quadro de pneumonia e também está no posto médico. A mãe teria caminhado por cerca de 3 horas para ter acesso a atendimento médico.