Em campanha para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrentará Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições, aliados do ex-chefe do Executivo dos Estados Unidos, Donald Trump, estão espalhando notícias que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), são, na realidade, “fake news”.
Desde segunda-feira (03), aliados do ex-presidente americano, que compõem a extrema-direita, passaram a dizer que os resultados soaram “estranhos”. Dentre esses aliados estão Steve Bannon, o ex-estrategista de Donald Trump e amigo da família Bolsonaro, e Matthew Tyrmand, influente na direita americana.
Esse segundo, inclusive, é membro do conselho do Projeto Veritas, uma organização conservadora que usa câmeras secretas com o objetivo de intimidar e expor jornalistas. Os dois levantaram suspeitas sobre os resultados das eleições brasileiras no podcast War Room, criado por Steve Bannon.
“Houve fraude lá, definitivamente houve fraude lá”, afirmou Matthew Tyrmand, que argumentou sua acusação com o fato de que as primeiras urnas apuradas deram vantagem a Bolsonaro e que grande parte do Senado foi composta por apoiadores do presidente brasileiro.
“As eleições brasileiras não foram limpas, isso não parece limpo, não cheira limpo”, disse ele, disparando ainda que já havia previsto esse resultado porque tamanha seria a força de Bolsonaro que as instituições brasileiras não conseguiriam anular a vitória dele no primeiro turno das eleições.
“Eu tenho falado há semanas que as eleições não iriam se resumir ao primeiro turno, que eles iriam apertar para fazer chegar ao segundo. Eles não iriam fazer nada exagerado já no primeiro turno”, disse ele, contrariando a realidade, visto que as instituições brasileiras não têm nenhuma ingerência sobre os votos nas urnas, que foram adotadas em 1996 e, desde então, jamais houve o registro ou comprovação de alguma fraude.
Já Steve Bannon afirmou ser “matematicamente impossível” Bolsonaro perder tendo eleito tantos senadores. “Muito está em jogo e é por isso que estamos cobrindo isso tão intensamente”, finalizou ele, que compartilhou suas falas no Twitter, onde o caso viralizou no Brasil, passando a ser compartilhado por eleitores de Bolsonaro.
Nas redes sociais, inclusive, uma conta em apoio ao ideólogo da extrema-direita também realizou inúmeras publicações sobre as eleições brasileiras. No Twitter, usando a hashtag #keepthereceipts [guarde os recibos], eles aconselharam que os apoiadores de Bolsonaro guardassem os comprovantes de votação e que fotografassem os boletins de urnas das seções eleitorais para viabilizar uma espécie de auditoria paralela anti-fraude.
Leia também: Vídeo antigo de Bolsonaro em um suposto templo de ‘maçonaria’ viraliza nas redes