Em reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 13,75%. Com isso, a queda da Selic, que já não era esperada pelo mercado, ficará para o próximo semestre do ano. Além disso, a nota emitida pela autarquia diz que a entidade “não hesitará” em aumentar os juros, caso a inflação não se comporte como o esperado.
Por outro lado, especialistas afirmam que a manutenção da taxa colocará mais importância na queda de braço entre Lula e o Banco Central. Em seus discursos recentes, o presidente afirma que a alta taxa está aumentando o desemprego.
Selic segue em 13,75%
Pela sexta reunião consecutiva, o Banco Central manteve a taxa básica de juros nas alturas. Atualmente com os maiores juros reais do mundo, o Brasil vem presenciando um debate acalorado. Por um lado, o presidente Lula pede que a entidade diminua a taxa de juros. Do outro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirma que ainda não é possível diminuir o percentual.
A reunião desta quarta-feira foi a terceira no mandato de Lula. Apesar da alta taxa, a inflação nos últimos 12 meses está em 4,65%, dentro da meta, mas ainda próxima ao teto da meta, que é de 4,75%. Em nota ao mercado, o Banco Central pediu “paciência e serenidade” na condução da política monetária. Para especialistas, isso indica que a taxa deve baixar já no próximo semestre. Ainda, uma nova alta na taxa é considerada improvável por economistas.
Contudo, o aviso desagrada a base do atual governo. Isso porque Lula vem acusando o Banco Central de atrapalhar a geração de empregos no país. Isso porque uma alta taxa de juros interfere no crédito, dificulta novos investimentos e, por consequência, afeta os percentuais de emprego. No último relatório do IBGE, a taxa de desemprego teve uma leve alta, fechando em 8,8%.
Queda de braço do Banco Central com o Executivo
A discussão sobre a continuidade da taxa de juros no atual patamar é constante no cenário político. Isso porque Lula já fez acusações contra o presidente do Banco Central. Por outro lado, Campos Neto afirma que não há espaço, ainda, para a queda dos juros.
Para Lula, a queda da taxa de juros é importante. Isso porque, na prática, ela deixa o empréstimo mais barato, além de um financiamento mais acessível à população. Para o governo, é fundamental dar acesso à casa própria e aumentar o poder de compra das famílias. Segundo especialistas, a queda de braço com o Banco Central atrasa o movimento e gera preocupações nos investidores internacionais.