Dando continuidade ao processo de privatização da Eletrobrás, os novos acionistas já sabem quanto pagarão pela empresa. Segundo nota da estatal, o preço de cada nova ação ficará em R$42,00, valor acima dos atuais R$39,70 da listagem na bolsa de valores. O processo movimentará cerca de R$ 33,7 bilhões para os cofres públicos.
Além disso, os investidores já estão com os valores trancados nos Fundos Mútuos de Privatização. Dessa forma, o resgate poderá ser solicitado apenas daqui 12 meses, com uma rentabilidade não garantida. Vale lembrar que quem usou o FGTS não investe diretamente na ação.
O que acontece agora?
Após o conselho da empresa definir o preço das novas ações em R$42,00, agora é hora de ver como ficam os investimentos para os novos donos da companhia. No caso da Eletrobrás, R$6 bilhões foram investidos por pessoas que usaram o FGTS. O restante se refere a valores adquiridos por fundos de investimentos e pessoas físicas que fizeram a operação diretamente na bolsa de valores.
Com o atual follow on (lançamento de novas ações no mercado), a companhia passa a ter 697.476.856 ações a mais para negociação. Os investidores começam a negociar os papéis na próxima segunda-feira, 13, no mercado financeiro, mas os papéis entrarão nas carteiras de investimentos apenas na terça-feira, 14. A exceção é para o mercado americano, onde os recibos dessas ações, as ADRs, começaram as negociações hoje, 10.
Contudo, esse é o processo para os investidores que investem diretamente na bolsa de valores. No caso de quem usou o FGTS, os valores vão diretamente para o fundo responsável pelo investimento. Dessa forma, o trabalhador não receberá ações da Eletrobrás em carteira, mas receberá cotas do fundo selecionado. Dessa forma, esse investimento funciona da mesma forma que os fundos de investimentos comuns.
O futuro da Eletrobrás
Com o final do processo de privatização, investidores passam a olhar para o futuro da empresa. E ele passa diretamente pelo cenário político do Brasil, mas também tem as bases nas finanças da empresa. No caso da Eletrobrás, o governo ainda terá 45% das ações da companhia, o que dá um grande poder de voto para o Governo Federal.
Dessa forma, especialistas dizem que as eleições podem afetar muito a Eletrobrás. Isso porque, caso o candidato Lula venha a ganhar, como afirmam as pesquisas, pode acontecer um processo de recompra de ações. Por outro lado, se o atual presidente Jair Bolsonaro ganhe a reeleição, analistas esperam a venda de mais uma parte da empresa. Outros candidatos não possuem ideias concretas para a companhia.
No caso do trabalhador, ainda será preciso esperar os 12 meses para poder se desfazer da ação. Quando atingir esse prazo, será possível escolher vender as ações, retornando os valores ao FGTS, ou manter o investimento por prazo indeterminado. Vale lembrar que como se trata de um fundo de investimentos, dividendos pagos pela Eletrobrás são automaticamente reinvestidos pelo Fundo Mútuo de Privatização, como aconteceu com Petrobrás e Vale.
Agora, especialistas também alertam para a diversificação de investimentos. Quem investiu na Eletrobrás deve buscar outros papéis no mercado financeiro para diminuir os riscos de altas quedas nos rendimentos.