Os eleitores mais pobres continuam preferindo o PT, de acordo com as pesquisas. Este é, portanto, o assunto que hoje pretendemos discutir e apontar possíveis justificativas em razão do fato ocorrido. As eleições foram no último domingo (02) em que se configurou o 2º turno para a escolha do Presidente da República: 48,43% dos votos para Luiz Inácio da Silva (PT) e 43,20% dos votos para Jair Bolsonaro.
O que tem a ver os eleitores mais pobres com o Auxílio Brasil?
Primeiramente, os eleitores mais pobres são os que recebem Auxílio Brasil, um benefício assistencial concedido pelo governo federal para ajudar as famílias em estado de vulnerabilidade social. Juntamente com o valor base do Auxílio Brasil de R$600,00, são pagos outros 9 benefícios, sendo 3 básicos e 6 complementares, além do vale gás.
Entre os benefícios básicos que podem ser pagos juntamente com o Auxílio-Brasil tem-se:
- Benefício Primeira Infância, no valor de R$130,00 por criança com idade de 0 a 36 meses;
- Benefício Composição Familiar, no valor de R$65,00 para gestantes, mulheres em processo de amamentação e pessoas com idades entre 3 e 21 anos incompletos;
- Benefício de Superação da Extrema Pobreza, no valor mínimo de R$25,00, para pessoas que, mesmo recebendo os outros benefícios citados, ainda permanecem no limite de R$105,00, ou seja, de extrema pobreza.
Entre os benefícios complementares têm-se:
- Bolsa Iniciação Científica Júnior, com valores de 12 parcelas de R$100,00, mais uma parcela única de R$1.000,00;
- Auxílio Criança Cidadã, com valores entre R$200,00 e R$300,00 para a criança da Educação Infantil matriculada em creches;
- Auxílio Esporte Escolar, com valores idênticos ao item anterior;
- Auxílio Inclusão Produtiva Rural, no valor de R$200,00 mensais;
- Auxílio Inclusão Produtiva Urbana, no valor de R$200,00 mensais;
- Benefício Compensatório de Transição, pago em situações em que o valor do Bolsa Família era superior ao Auxílio Brasil.
Possíveis razões para que este Auxílio Brasil não tenha sido valorizado nas urnas
Especialistas políticos apontam algumas situações que possam justificar essa atitude:
- Contexto econômico: Quando foi criado o Bolsa Família, havia uma situação de estabilidade econômica, o que dá a impressão de que as condições de vida das pessoas eram maiores. Dessa forma, o Auxílio Brasil, se tornou uma política compensatória devido à grande instabilidade financeira das pessoas diante da pandemia;
- Necessidade de instrução, tempo e maturidade das pessoas recebedoras do Auxílio Brasil: as famílias beneficiadas precisam de maior maturidade para perceber que os benefícios assistenciais são permanentes e poder associar à uma política do governo atual. Parece que estão em estado de latência, ou estão considerando os valores como se fosse o Auxílio Emergencial;
- Muitas cidades em que as pessoas recebem Auxílio Brasil em sua maioria são governadas por políticos da oposição: assim, são influenciadas diretamente por promessas, e por suposições inexistentes.
A realidade é essa: é preciso entender um pouco mais de contexto econômico para poder discernir algumas questões que ocorrem de forma clara e consciente.
Sendo assim, é muito importante analisarmos todos os fatores sociais e econômicos que levam a isso, e verificar informações verdadeiras.