De acordo com um levantamento divulgado nesta quinta-feira (22), feito pela Quaest, a pedido da Genial Investimentos, 47% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido falas proferidas sobre fraude nas urnas eletrônicas.
Além disso, o referido levantamento mostra também que outros 43% são contra a condenação e 10% não souberam ou não quiseram responder. Vale destacar que, o julgamento no TSE foi concebido com base na aceitação da ação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) que pede a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
Sobre a pesquisa
De acordo com a pesquisa, o número de pessoas que esperam Jair Bolsonaro ser punido é maior entre os que votaram em Lula. Assim, 80% dos entrevistados defendem que o ex-presidente seja punido, ante 12% contrários.
Entre aqueles que votaram para que o presidente Bolsonaro permanecesse no cargo, 82% são contra a punição de seu predecessor e 13% são a favor da punição. Além disso, a pesquisa apurou a quem Bolsonaro deveria recorrer se fosse inelegível.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece em primeiro lugar, com 21% das respostas, seguido pela mulher de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro (PL), com 15%, e pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também está listado com 4% das respostas, 27% não responderam em nenhum deles e 33% não souberam ou não quiseram responder.
Sobre a ação
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), começou nesta quinta-feira (22) o julgamento de uma ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) que pedia a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, candidatos à presidência da República nas eleições de 2022.
Contudo, Moraes interrompeu a sessão após a leitura do parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), que foi favorável à inelegibilidade de Bolsonaro, mas foi contra a procedência da ação contra Braga Netto. Apesar da interrupção, Alexandre de Moraes anunciou que a análise será retomada na próxima quinta-feira (27) com a leitura do voto do relator, ministro Benedito Gonçalves.
Acusações contra Bolsonaro
No processo, o PDT acusou Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido da mídia para atacar o sistema eleitoral durante seu encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022. Vale destacar que na referida reunião, que na época foi transmitida ao vivo pela TV Brasil, Bolsonaro criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e classificou a fala dos magistrados como “lamentáveis”.
Além disso, o ex-presidente afirmou que o ministro Luís Roberto Barroso, na época ministro do TSE, havia sido eleito para o STF após conceder favores ao PT, das quais estaria empreendendo perseguições contra ele. Em relação ao ministro Edson Fachin, que era presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Bolsonaro afirmou que o mesmo foi peça central para a elegibilidade de Lula.
“A gente sabe a vida pregressa dele [Fachin], foi um militante de esquerda, advogado do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], isso é verdade, não fake news. Temos até vídeo dele falando isso. E ele colocou o Lula para fora. Agora, colocou para fora só para vê-lo livre? Porque, segundo o STF, o Lula é elegível. Então ele disputa as eleições”, afirmou Bolsonaro.