Uma matéria do jornal “Estadão” revelou neste sábado (07) que prefeituras de diferentes regiões do País estão negociando com o governo uma lista de pedidos para usar R$ 13,1 bilhões do orçamento secreto neste ano de eleições. De acordo com a publicação, os pedidos variam de asfalto em rua a trator novo.
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Conforme aponta o jornal, esses pedidos apresentados pelos gestores podem injetar recursos em locais considerados redutos de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentará se reeleger neste ano. Por conta disso, líderes de partidos no Congresso confessam que o orçamento secreto, que prevê a distribuição de recursos sem critérios transparentes em troca de apoio parlamentar ao governo, é fundamental para que a candidatura do presidente seja alavancada.
No mês passado, Bolsonaro mandou um recado aos prefeitos, dizendo que todos são bem atendidos em seu governo e que isso lhe garante uma “retribuição”. “Estou aqui em Brasília desde 91 e sei como os senhores eram tratados e como são hoje em dia”, começou o presidente. “Hoje em dia, o tratamento é aquele que tem que ser dado aos senhores, obviamente. Os senhores retribuem isso para conosco”, completou Bolsonaro na ocasião.
Os pedidos dos prefeitos
Conforme o “Estadão”, a área que mais concentra pedidos é a da saúde. Ao todo, foram pedidos R$ 5,7 bilhões para o custeio da atenção primária e R$ 2,5 bilhões para a manutenção de hospitais. Também existem solicitações de verbas para:
- Fomento à agricultura (R$ 2 bilhões);
- Pavimentação e reforma de vias (R$ 3,9 bilhões);
- E compra de maquinário (R$ 2 bilhões).
Além destes R$ 13,1 bilhões registrados em nome de prefeituras, também existem pedidos de 336 deputados, totalizando R$ 7,2 bilhões e 38 solicitações de Senadores, que somam R$ 2,2 bilhões. Juntos, todos esses pedidos totalizam R$ 22,6 bilhões, R$ 6,1 bilhões a mais do que o previsto para o orçamento secreto deste ano.
Para que toda essa verba seja liberada, é necessário que Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD), chefe do Senado, e Hugo Leal (PSD), relator-geral do Orçamento, aprovem os pedidos.
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