Diferentemente do que foi registrado em eleições passadas, as propostas dos candidatos que disputam o posto de presidente da República não são o que mais estão rendendo votos aos postulante ao comando do Palácio do Planalto. Isso quem afirma é Silvana Krauser, professora de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e secretária-geral da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel).
Nesta segunda-feira (10), durante entrevista ao canal “CNN Brasil”, a especialista relatou que o que tem captado mais votos nesta eleição é a estratégia de comunicação rápidas, e não os programas de governo. Como exemplo dessa nova dinâmica, Silvana Krauser cita o alto gasto das campanhas presidenciais com a comunicação nas redes sociais.
De acordo com a especialista, com base em números que constam na plataforma de anúncios do Google, as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) já gastaram R$ 17 milhões para promover publicações.
“O que chama a atenção são os gastos de campanha nas formas de comunicação. Os programas têm se concentrado cada vez mais nas redes sociais e, sem dúvidas, é de se questionar se o eleitor se envolve com programas ou se envolve com efeitos que essas campanhas na internet podem trazer”, afirmou o Silvana Krauser.
Para ela, hoje, a balança do eleitor pende mais para a comunicabilidade dos candidatos nas mídias que pelas propostas apresentadas por eles. “Estamos em uma era que programas definem cada vez menos o voto. O que define é muito mais a capacidade de comunicação rápida e ágil do candidato para conquistar aquele segmento necessário para se ter uma vitória”, afirmou a professora de Ciência Política da UFRGS e secretária-geral da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais.
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