Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que Jair Bolsonaro (PL) mentiu novamente sobre o tema urnas eletrônicas. Segundo ele, a afirmação falsa, desta vez, foi sobre supostas questões do Exército sobre vulnerabilidades das urnas.
Em uma live realizada na semana passada, Bolsonaro disse que o TSE estava se negando a responder perguntas feitas pelo Exército sobre as urnas eletrônicas. De acordo com Barroso, durante entrevista ao programa “Em Foco’’, da “GloboNews”, nesta quarta-feira (16), o presidente mentiu, pois, na verdade, as Forças Armadas não apontaram qualquer vulnerabilidade, apenas fizeram perguntas
Além de comentar sobre a “mentira” de Bolsonaro, Barroso disse que ficou “espantado” ao ver que o presidente tinha conhecimento de um fato sigiloso: perguntas de um representante do Exército que integra a comissão de eleições do TSE.
“Eu fiquei muito espantado de ver numa live do presidente ele divulgando fatos que deveriam ter sido mantidos em reserva, porque essa era a palavra empenhada. Quando o presidente começa a divulgar, ele começa a mentir. Porque, na verdade, só havia perguntas técnicas”, começou.
“Como funciona isso, como funciona aquilo, quantas barreiras? E nós respondemos tudo. As perguntas vieram sob sigilo. A resposta foi sob sigilo. E aqui do TSE não vaza nada. Nós temos palavra”, completou o presidente do tribunal.
Barroso fala sobre o Telegram
Na entrevista, Barroso ainda falou sobre o Telegram, aplicativo de mensagens que não está entre os que firmaram uma parceria com o TSE para combater as notícias falsas, as famosas fake news, durante as eleições.
De acordo com o presidente do tribunal, ele espera que o Telegram faça no Brasil o que fez nas eleições na Alemanha, onde baniu inúmeras contas que estavam divulgando informações falsas. Para Barroso, em um primeiro momento, cabe ao Congresso definir as regras para evitar que conteúdos fraudulentos atrapalhem as eleições. Todavia, ele alega que, caso o Legislativo seja omisso, tribunais irão agir.
“É uma decisão que conviria o Congresso tomar. Porém, nesta e em muitas outras situações, quando o Congresso não atua e surge uma questão perante o poder Judiciário, o poder Judiciário tem que decidir. O que não pode é o Congresso não agir e depois reclamar da judicialização”, disse o ministro.
Recentemente, o Brasil123 publicou que o Telegram, que não tem sede no Brasil, não tem dado atenção para os chamados do TSE, que visa firmar uma parceira para o combate das notícias falsas durante as eleiões.
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