El Salvador se tornou o primeiro país do planeta a aceitar o bitcoin como moeda legal. A decisão contrasta diretamente com a atuação da China em 2021, que restringiu ao máximo as negociações de criptomoedas no país. Aliás, isso fez o bitcoin perder bastante do seu valor no início do segundo semestre, mas a moeda segue em recuperação.
A saber, El Salvador comprou cerca de 1.391 unidades da criptomoeda entre setembro e dezembro deste ano. Pelo menos é o que apontam os tuítes feitos o presidente Nayib Bukele, que comunicou oito compras oficiais de bitcoin em 2021. No entanto, esse valor pode ser maior ou menor, visto que não há informações sobre essas compras nos sites oficiais do governo de El Salvador.
Dessa forma, o país da América Central se tornou uma baleia de bitcoin. Em resumo, esse termo se refere às carteiras que movimentam grandes quantidades de criptomoedas. Na verdade, usa-se o termo “oceano” como metáfora para descrever o mercado de bitcoin, pois há baleias, peixes grandes e pequenos em ambos os ambientes.
A última aquisição feita por El Salvador foi no último dia 21, quando o país comprou mais 21 bitcoins. Atualmente, a cotação da criptomoeda está um pouco acima de US$ 51 mil. Nesta segunda-feira (27), a moeda digital perdeu força após o rali do Natal devido ao baixo volume de negocições.
El Salvador x China
Enquanto El Salvador se mantém ativo e um grande comprador de bitcoin, a China age de forma contrária. Em suma, o país asiático vem restringindo a criptomoeda, principalmente, devido à questão ambiental. A saber, a mineração do bitcoin se mostrou um verdadeiro problema para a China, o que fez o país restringir a moeda com maior intensidade nos últimos meses.
A mineração é o processo pelo qual se extrai um bitcoin. Em síntese, computadores muito potentes, com um nível elevado de processamento, realizam a mineração através de uma série de cálculos bastante complexos para confirmar ou validar as transações realizadas em bitcoin. E essa rede de funcionamento das criptomoedas é chamada de blockchain.
Em fevereiro deste ano, um levantamento da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apontou que os bitcoins consumiam mais energia do que toda a Argentina. Com a crescente adesão à moeda, o número de computadores superpotentes também cresceu, impulsionando o consumo de energia no mundo. E a China respondia, até então, por 80% da mineração global de bitcoin.
Como o país asiático se comprometeu a cumprir metas ambientais, decidiu restringir ainda mais as negociações de criptomoedas. Vale destacar que a China proíbe o comércio de moedas digitais desde 2017, mas a atuação do governo ficou bem mais dura nos últimos tempos.
Por fim, o que resta é ficar de olho nos próximos acontecimentos envolvendo as criptomoedas. Para uns, esse mercado é uma mina de ouro. Para outros, a incerteza afasta qualquer interesse. Seja como for, é inegável o poder que as moedas digitais, especialmente o bitcoin, ganhou nos últimos tempos.
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