Nesta última sexta-feira (8), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), criticou a ampliação do aeroporto Santos Dumont. A crítica foi publicada em sua conta pessoal do Twitter e, para ele, a decisão da Infraero em aumentar a quantidade de voos no aeroporto contribui para inviabilizar o outro aeroporto da cidade, o Galeão, que atende voos internacionais além dos domésticos.
Eduardo Paes afirmou que vem trabalhando com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), para “tomar as medidas necessárias para fazer com que o Santos Dumont tenha sua capacidade reduzida e o Galeão receba novos voos, recuperando sua importância”. “Só não vê quem não quer! O Aeroporto Santos Dumont virou a única fonte de receita da estatal Infraero! Ou seja: quanto mais voos mais receita. Para complementar, ajuda a inviabilizar o Galeão”, afirmou Paes.
Ainda, segundo Paes, caso a ampliação do Santos Dumont seja de fato concretizada, irá levar ao desinteresse da concessionária em administrar o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), sendo a Infraero a maior beneficiada. Paes chamou a ampliação do aeroporto Santos Dumont de “canalhice inaceitável”.
Nesse sentido, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB-RJ), se manifestou sobre o assunto algumas horas após as críticas de Eduardo Paes. Em seu perfil do Twitter, ele afirmou que pretende contribuir para a retomada do Galeão. “Nós vamos retomar o protagonismo do Galeão”, afirmou o ministro. No entanto, ele reprovou as atitudes de Paes, pedindo que o prefeito não fizesse o debate sobre os aeroportos do Rio de Janeiro nas redes sociais.
Paes afirma que turistas vem tendo que fazer conexão em São Paulo para chegar ao Rio
Em outro post publicado em seu Twitter, Eduardo Paes rebateu críticas, dizendo que mesmo com a atual situação do Galeão, o Rio continua sendo o maior receptor de turistas internacionais no Brasil que buscam viagens de lazer. Ainda, de acordo com ele, em 2022, aproximadamente 500 mil passageiros internacionais tiveram que realizar conexão em São Paulo para chegar ao Rio.
O prefeito do Rio também disse que a cidade só possui voos diretos para 27 destinos domésticos. Para efeito de comparação, São Paulo possui 27, Brasília possui 40, Belo Horizonte possui 39 e Recife possui 30. Devido a esse baixo número, Paes disse que cerca de 5 mil passageiros por dia precisam fazer conexão para chegar ao destino final.
“Este é o maior número entre as 10 principais cidades brasileiras. BH, por exemplo, são 2300 passageiros/dia; São Paulo são 2.700. Isto é a concentração de voos em um aeroporto estrangulado como o Santos Dumont”, disse Eduardo Paes. Atualmente, o aeroporto do Galeão não possui mais conexão com Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba, considerados mercados importantes para alimentar os voos internacionais do Rio de Janeiro.
“Sem esses passageiros, um Lufthansa (Rio-Munich) não consegue voltar para diária, um American Airlines não consegue manter o voo JFK pelo ano inteiro. Só alta estação…”. As críticas de Eduardo Paes surgiram após a Infraero, responsável pelo Santos Dumont, ter revisado a capacidade do terminal de 9,9 milhões para 15,3 milhões de passageiros por ano, ou seja, um reajuste de 54,3% em sua capacidade.