O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a negar que tenha repassado mensagens falsas e conteúdos que incitassem a animosidade das Forças Armadas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) ou estimulassem o desrespeito a ordens judiciais.
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Desta vez, a declaração foi dada em depoimento à Polícia Federal (PF) e revelada na segunda-feira (07) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. De acordo com o jornal, o depoimento foi dado em setembro e faz parte do inquérito aberto no STF para apurar a organização e o financiamento de atos com pautas antidemocráticas e inconstitucionais.
Segundo a publicação, Eduardo foi ouvido por mais de seis horas pela delegada da PF, Denise Dias Rosas Ribeiro. Nessa conversa, ele confirmou a presença em reuniões organizadas pelo blogueiro Allan dos Santos, um dos investigados no inquérito do STF.
Denise questionou o parlamentar para saber se ele era adepto das ideias defendidas pelo blogueiro: a defesa de uma intervenção militar. No entanto, Eduardo Bolsonaro disse que desconhecia essas ideias e que não cogita o uso das Forças Armadas para tal fim.
Porém, conforme destacou a própria matéria do jornal, em maio deste ano, Eduardo Bolsonaro defendeu a intervenção militar para restabelecer o jogo democrático. Em entrevista ao blogueiro mencionado, o deputado falou que a questão não é de “se”, mas, sim, de “quando” uma intervenção iria ocorrer.
Inquérito no STF
O inquérito sobre os atos antidemocráticos foi aberto em abril por decisão de Alexandre de Moraes, que atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. O pedido de investigação foi apresentado por Aras após atos que defendiam o fechamento do Congresso Nacional e do STF, pautas antidemocráticas e inconstitucionais.