O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi criticado nesta sexta-feira (04) após ele ter compartilhado um vídeo nas redes sociais dando declarações consideradas misóginas e machistas. Isso porque o parlamentar usou seu Twitter para relacionar o acidente ocorrido na última terça-feira (01) com uma política da empresa Acciona de contratar profissionais do sexo feminino.
A insinuação do deputado foi feita nesta sexta. Na ocasião, o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), postou um vídeo que relaciona a cratera nas obras da linha do Metrô na Marginal Tietê com uma entrevista dada pela coordenadora de comunicação da Acciona, Stefania Riciulli, informando que a empresa, responsável pelas obras, defende a contratação de mulheres.
“Procuro sempre contratar mulheres”, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro?”, questionou o deputado. “Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor”, escreveu Eduardo Bolsonaro, aconselhando ainda que a escolha deve ser sempre pelo melhor profissional, “independente da sua cor, sexo, etnia e etc”.
https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1489595557496733703
Empresa repudia a publicação
Em nota, a Acciona afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro foram “misógina” e “desrespeitosa”. Não suficiente, a empresa Acciona, que integra a concessionária que faz as obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, afirmou que “tem o respeito à diversidade como um dos pilares de sua política”.
“A empresa considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras”, disse a empresa, afirmando que hoje conta com programas especiais que visam o estímulo à contratação de mulheres, inclusive na área de construção.
Além da Acciona, o Instituto de Engenharia também divulgou nota. Segundo a entidade, as declarações do filho do presidente da república “desmoralizam as colaboradoras da empresa que atuam nas obras da Linha-6 Laranja do Metrô”.
“É inadmissível que esse tipo de mensagem seja compartilhada por qualquer pessoa. É um desserviço à sociedade, à evolução e um verdadeiro desrespeito e discriminação às profissionais envolvidas, quer engenheiras ou não”, publicou a entidade.
Cratera no Metrô
Assim como publicou o Brasil123, uma cratera se abriu na Marginal Tietê depois que o asfalto ao lado da obra do Metrô da Linha 6-Laranja, na Marginal Tietê, na Freguesia do Ó, na Zona Norte de São Paulo, cedeu. O fato foi registrado na terça-feira (01) e não teve nenhum ferido, somente duas pessoas que precisaram ser acompanhadas porque tiveram contato com a água de esgoto que jorrou do acidente.
Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo José Galli, o fato aconteceu por conta do vazamento de uma galeria de esgoto. Conforme aponta ele, é muito provável que o solo não tenha aguentado o peso da galeria que passava três metros acima da máquina conhecida como “tatuzão” e acabou se rompendo.
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