Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin criticou nesta quinta-feira (29) as notícias falsas sobre as urnas eletrônicas há poucos meses das eleições. De acordo com ele, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal, esses comportamentos produzem efeitos sociais que são “demasiadamente nocivos”.
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“A agressão às urnas eletrônicas é um ataque ao voto dos mais pobres; o negacionismo tem endereço certo”, disse Edson Fachin, questionando ainda “a quem interessa” o ataque ao sistema de votação.
Em outro trecho do discurso, o presidente da Corte, sem ter citado o nome do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que tem feito reiteradas insinuações sobre a segurança das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral no país, mesmo sem provas, afirmou que “narrativas inventadas” colocam instituições e pessoas “em rota de colisão”.
Não suficiente, o ministro ainda disse que essas narrativas atraem a “perspectiva de violência em diversos níveis”. “Os ataques da desinformação, com efeito, acirram a animosidade e a intolerância, difundindo mensagens distorcidas que encetam comportamentos repulsivos e radicais, desenhando um espaço público contaminado, muito propenso ao fanatismo e ao rompimento de laços sociais”, disse Edson Fachin.
Para o presidente do TSE, nas últimas décadas, atores políticos têm explorado politicamente o “desencanto e as frustrações, e capitalizado em cima do ódio e do medo”. “Insertas num contexto pluralista, as campanhas têm como desiderato a contraposição de ideias, cujos valores devem ser sopesados, pela instância social, sem desvios desinformativos e sem o clamor hostil e antidemocrático da artilharia antiliberal”, disse.
Por fim, Edson Fachin, que deu suas declarações durante um evento da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), ainda destacou que o valor constitucional das eleições sempre foi “uma premissa dada e inquestionável” e que entre as premissas básicas, sempre esteve a “aceitação do crivo popular” e também a “manutenção incondicionada de sua natureza pacífica”, que devem ser mantidas.
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