O mercado financeiro elevou pela 20ª semana seguida a projeção para a inflação do Brasil em 2021. Com uma leve alta de 0,06 ponto percentual (p.p), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,05% para 7,11%.
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta em 3,75%. No entanto, os analistas do mercado financeiro indicam há bastante tempo que a inflação ultrapassará em muito esta meta definida.
As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (23). A propósito, a taxa para 2022 subiu de 3,90% para 3,96%, quinta alta seguida, mas continuou em 3,25% para 2023 e em 3,00% para 2024.
Inflação se afasta cada vez mais do limite definido
O CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, funciona como previsão oficial da inflação. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 7,11% supera em quase dois pontos percentuais o limite superior definido.
Estimativa para o PIB cai
O relatório Focus também reportou que as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caíram de 5,28% para 5,27%, segunda queda seguida. Os economistas chegaram a projetar avanços para o PIB por 15 semanas consecutivas, mas depois vieram semanas de estabilidade e, agora, de queda.
Da mesma forma, a projeção para 2022 também recuou nesta atualização, de 2,04% para 2,00%. Isso mostra que o mercado prevê menor crescimento econômico do país tanto neste ano quanto no próximo. Já para 2023 e 2024, o PIB brasileiro deve crescer 2,50% em cada ano.
Por fim, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,10, terceira semana seguida de estabilidade. A taxa básica de juros do país, a Selic, também se manteve inalterada, em 7,50% ao ano. Vale ressaltar que a expectativa é que a taxa, atualmente em 5,25%, ficará ainda mais alta até o final do ano.
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