Um grupo de mais de 230 economistas e líderes políticos enviaram um manifesto para a Organização das Nações Unidas (ONU) e para o Banco Mundial pedindo para que essas instituições façam mais para combater a crescente desigualdade entre ricos e pobres em todo o mundo – de acordo com o documento, muitos governos estão ignorando a problemática.
ONU passará a cobrar de Lula respostas sobre os direitos humanos
Essa carta, publicada nesta terça-feira (18), foi dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e ao presidente do Banco Mundial, Ajay Banga. Nela, pede-se metas “mais ambiciosas” para reduzir a desigualdade e medir melhor as disparidades de renda e riqueza.
No documento, destaca-se que “a pobreza extrema e a riqueza extrema aumentaram acentuada e simultaneamente pela primeira vez em 25 anos”. “Neste verão, temos uma oportunidade crítica de fortalecer nossa determinação de reduzir essa divisão profunda e enviar um sinal claro às pessoas em todo o mundo de que as instituições projetadas para atendê-las levam a sério o fim dessa crise de extrema desigualdade”, diz o manifesto.
Dentre os signatários estão, por exemplo, o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, e os economistas Joseph Stiglitz, Jayati Ghosh e Thomas Piketty.
Esse apelo vem um dia após a Rússia anunciar a suspensão de um acordo com a Ucrânia para exportação de grãos pelo Mar Negro, um fato que pode causar um colapso e elevar os preços dos alimentos globalmente, levando, desta forma, milhões à fome.
“Centenas de milhões de pessoas enfrentam a fome e os consumidores estão enfrentando uma crise global do custo de vida e pagarão o preço”, afirmou na segunda António Guterres durante um comunicado televisionado.
Na ocasião, o secretário-geral da ONU observou que o acordo, fechado em julho do ano passado, ajudou a reduzir os preços dos alimentos em mais de 23% desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, que elevou os preços da energia e dos alimentos.
“Reduzir a desigualdade até 2030” foi um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU adotados pela maioria dos governos em 2015. No entanto, passados os anos, a desigualdade global, medida como a diferença na renda média entre os países, registrou o maior aumento anual em três décadas.
Leia também: Pobreza extrema NÃO será eliminada em 2030, projeta Banco Mundial