O mercado financeiro elevou pela 19ª semana seguida a projeção para a inflação do Brasil em 2021. Com uma alta firme de 0,17 ponto percentual (p.p), a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,88% para 7,05%. Aliás, essa é a primeira vez que as previsões superam os 7%.
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta em 3,75%. No entanto, os analistas do mercado financeiro indicam há bastante tempo que a inflação ultrapassará em muito esta meta definida.
As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (16). A propósito, a taxa para 2022 subiu de 3,84% para 3,90%, quarta alta seguida, mas continuou em 3,25% para 2023 e em 3,00% para 2024.
Inflação se afasta cada vez mais do limite definido
O CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo instituto, funciona como previsão oficial da inflação. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 7,05% supera em 1,8 ponto percentual o limite superior definido.
Estimativa para o PIB cai
O relatório Focus também reportou que, após a estabilidade na semana anterior, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu de 5,30% para 5,28%. A saber, antes da estabilidade, os economistas projetaram avanços para o PIB por 15 semanas consecutivas. Da mesma forma, a projeção para 2022 recuou levemente (2,05% para 2,04%). Já para 2023 e 2024, o PIB brasileiro deve crescer 2,50% em cada ano.
Por fim, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,10, segunda semana seguida de estabilidade. Já a projeção para a taxa básica de juros do país, a Selic, subiu de 7,25% para 7,50%. Aliás, muitos economistas ainda acreditam que a taxa ficará ainda mais alta até o final do ano.
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