Na quarta-feira (02) o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou, pela primeira vez em três anos, a taxa básica de juros do país, a Selic. Assim como publicou o Brasil123, a redução foi de 0,5 ponto percentual, levando, desta forma, a taxa de 13,75% para 13,25% ao ano. De acordo com Heitor De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero, o mercado está otimista com os efeitos da queda dos juros sobre a bolsa de valores e o valor das ações e setores mais sensíveis ao crédito devem ser os principais beneficiados.
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Ainda de acordo com o economista, o corte nos juros torna os ativos de renda variável mais atraentes, principalmente, de duas formas:
- Via a melhora da economia como um todo;
- E beneficiando o desempenho das companhias diretamente ligadas ao crédito.
A declaração do economista foi feita nesta quinta-feira (03) em entrevista ao canal “CNN Brasil”. Na ocasião, ele explicou que varejistas e bancos foram alguns dos setores mais prejudicados pela situação do crédito no país nos últimos anos. Nesse sentido, ele lembra que as varejistas sofrem, desde a pandemia da Covid-19, com o fechamento do comércio. “Na sequência veio o aumento da inflação, que reduz o poder de compra da população e, na sequência, o aumento dos juros, que encarece o crédito”, explicou ele.
Por outro lado, o economista relata que, apesar de os bancos e instituições financeiras terem se beneficiado dos juros mais altos, acabaram esbarrando “no limite de patamar e tempo para as taxas ficarem mais altas”. Isso, explica o especialista, aconteceu porque o setor também é impactado pela inadimplência, que afeta diretamente as margens de lucros.
Também ao canal citado, Rodrigo Cabraitz, gerente de portfólio da Principal Claritas, lembrou que o segmento de construção civil também foi outro prejudicado com os juros mais altos e, com o corte, pode voltar a apresentar bom desempenho. “As empresas ligadas ao segmento de imóveis no geral são cíclicas e tem alavancagem maior”, relata ele, detalhando que, com juros menores, essas empresas têm custos reduzidos e devem voltar a ter um melhor desempenho de resultados e no valor das ações.
Por fim, além de explicar que os juros afetam de maneiras diferentes os vários setores da economia, Rodrigo Cabraitz ressalta que a melhora com ciclo adiante não vai ser imediata. Isso porque, de acordo com ele, a “alocação deve aumentar marginalmente” – “a taxa de juros não é um fator que deve afetar agora, mas a partir das magnitudes dos cortes”, explicou o especialista.
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