Até o próximo dia 31 de agosto, o governo federal precisa enviar, para o Congresso Nacional, a proposta para o Orçamento de 2024. Hoje, a grande dúvida é se texto enviado pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contará com aumento da arrecadação ou corte das despesas para que a conta feche.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal “Folha de S. Paulo” nesta quarta-feira (09), caso a primeira opção seja a escolhida pela União, existe uma preocupação por lado do mercado: um possível desiquilíbrio fiscal, o que poderia reduzir a credibilidade do Brasil perante os investidores estrangeiro e doméstico, um risco para a atual trajetória positiva da bolsa.
Além disso, o mercado também avalia que existe um risco de aumento de juros, o que tornaria a bolsa menos atraente, afastando recursos do mercado de ações. Em entrevista ao jornal, Bruno Musa, economista e sócio da Acqua Vero Investimentos, relatou sobre a possibilidade de o governo propor aumento da arrecadação no texto do Orçamento é preocupante.
“O Brasil caminha para aumento da arrecadação de impostos, o que é pior para as empresas e as pessoas no médio e longo prazo”, disse ele, que tem seu entendimento seguido por Pedro Paulo Silva, economista que, também ao jornal citado, afirma que, caso o cenário se confirme, investidores podem piorar a percepção de risco de investimentos no país, tanto para o capital doméstico como para o estrangeiro.
“Uma piora fiscal também pode implicar em um aumento dos juros no país. E a atual perspectiva de juros mais baixos no ano que vem iria por água abaixo”, explica ele durante entrevista à publicação.
Depois da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) feita na terça-feira (08), os números para a bolsa de valores no segundo semestre se manteve positivo. Assim como publicou o Brasil123, a expetativa é que os cortes sejam graduais de 0,5% até o final do ano.
Conforme Pedro Paulo Silva, caso a proposta de Orçamento traga alguma perspectiva de desequilíbrio fiscal, essa expectava positiva para a bolsa de valores pode ser alterada. Nesse sentido, ele explica que, em sua visão, tudo vai depender do comprometimento do governo com a proposta do marco fiscal, segundo o economista. “O pior que pode acontecer é o governo utilizar o projeto de lei para romper com a proposta do marco fiscal”, pontuou ele.
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