O Banco Central deve manter o corte gradual da taxa de juros até o final deste ano. Isso quem afirma é o economista-chefe da XP, Caio Megale. De acordo com ele, a instituição deve manter a política de afrouxamento monetário até o final do ano, com cortes graduais da taxa básica de juros nas próximas três reuniões até dezembro.
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A afirmação de Caio Megale foi feita durante uma entrevista ao canal “CNN Brasil”. Na ocasião, ele disse que cálculos mostram que o Banco Central “ainda pode cortar a taxa Selic em três ou quatro pontos percentuais ao longo dos próximos meses, de forma gradual”.
Conforme publicou o Brasil123, na quarta-feira (02), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, pela primeira vez em três anos, cortar a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,5 ponto percentual, fazendo com que a taxa passe de 13,75% para 13,25% ao ano.
Em nota, ao anunciar o ajuste, o Banco Centra revelou que, dos nove membros do Comitê, cinco votaram pelo corte de 0,50 ponto percentual, incluindo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Ainda no texto, a entidade tornou a falar em “serenidade” em relação à política monetária.
“O início do ciclo de cortes, sendo de 0,25 ou 0,5 ponto porcentual, os dois cabiam bem na postura gradual. Ainda dá para cortar seis ou sete vezes em 0,5, como sinalizado, isso estaria dentro desse escopo técnico”, afirmou Caio Megale, que ainda relatou que, em sua visão, a ata do Copom deve trazer perspectivas mais claras sobre o futuro da política monetária do BC.
Todavia, relatou o economista na entrevista, temas envolvendo a política fiscal sempre vão ser importantes para essa discussão. Nesse sentido, ele destaca esperar que o assunto esteja mais detalhado na ata. “Temas fiscais sempre vão ser importantes pra inflação, o Brasil ainda tem uma dívida pública elevada e há uma expectativa de um arcabouço que possa equilibrar o orçamento”, pontua.
Por fim, o economista-chefe da XP destaca que, todavia, o futuro depende da aprovação do marco fiscal e dos efeitos que ele vai provocar na economia na prática. Para ele, ainda existe uma “incerteza em relação à capacidade dessas medidas gerarem receita”. “Acredito que isso deveria ainda ser uma incerteza, um ponto de dúvida pra frente daqui pra frente”, finaliza Caio Megale.
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