O que será necessário para construir a economia metaverso? Esse é o mundo paralelo e totalmente digital que grandes corporações, como o Facebook e a Microsoft, estão tentando desenvolver?
O universo na nuvem baseado em realidade aumentada precisará de muitos recursos, anos e colaboração de corporações de diferentes setores. Afinal, criar um mundo novo é desenvolver a economia por meio de bens e serviços que ainda não existem. Provavelmente, inspirar a criação de novas empresas ao longo do caminho.
Os especialistas concordam que é pouco provável que uma única empresa possa construir e manter o cibermundo. Quanto mais, uma economia metaverso.
Grandes investimentos para uma economia metaverso
De acordo com a Bloomberg Intelligence, a oportunidade de mercado para a economia metaverso pode atingir US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) até 2024. Já o Bank of America incluiu o metaverso na sua lista de 14 tecnologias que revolucionarão a nossa vida. Para ele, a economia metaverso compreenderá inúmeros mundos virtuais conectados entre si e com o mundo físico.
Segundo o relatório do Bank of America, eles gerarão uma economia forte, englobando o trabalho e a diversão, enquanto transformam indústrias e mercados muito tradicionais, como as finanças, os bancos, o comércio e a educação, saúde e fitness, além do entretenimento para adultos.
Shows, conteúdo e entretenimento
A cantora Ariana Grande, o DJ Marshmello e o rapper Travis Scott já se apresentaram no famoso videogame Fortnite, da Epic Games, em uma demonstração de como poderia ser o futuro dos shows musicais no metaverso.
Até 12,3 milhões de jogadores da plataforma chegaram a se reunir em tempo real em abril do ano passado para presenciar o lançamento da música The Scotts, composta pelo superastro do rap Travis Scott e seu colega Kid Cudi.
E até o ratinho Mickey parece estar pronto para interagir no metaverso. O diretor-executivo da Disney, Bob Chapek, disse que o conglomerado está se preparando para dar um salto tecnológico rumo ao mundo da realidade virtual nos seus parques temáticos.
De acordo com o relatório do Bank of America, a geração Z impulsionará a mudança para a economia metaverso e o uso de hologramas. Além de maior criação de conteúdo para os mundos virtuais. Essa ação poderá beneficiar o setor, ainda que em prazo muito longo.
Entre os provedores de conteúdo estão os filmes (Disney), televisão (Discovery Channel), esportes (Fox Sports), música (Universal Music Group, Live Nation), provedores de plataformas (Netflix) e jornais (The New York Times) começaram a fazer experiências de imersão em 3D.
Escritório e presença virtual na economia metaverso
Mas o legado da pandemia de Covid-19 é o trabalho remoto. O Infinite Office é o lugar de trabalho idealizado pelo Facebook. Ele tem salas de reuniões virtuais, onde os participantes podem simultaneamente usar seus computadores do mundo real. Porém, o Facebook não é a única dentre as grandes empresas de tecnologia que estão desenvolvendo conceitos desse tipo.
A Microsoft comentou recentemente sobre a criação de um “metaverso para empresas”, com base no Microsoft Teams, a plataforma de reuniões que se popularizou durante a pandemia. Com ele, será possível oferecer espaços virtuais para eventos, reuniões e oportunidades de networking.
Grandes desafios
Os especialistas concordam que ainda há um longo caminho a ser percorrido antes de podermos ver o metaverso materializado. Serão necessários computadores e chips de processamento de gráficos, vídeos mais potentes e as companhias mais importantes do setor, como NVIDIA, AMD e Intel, já vêm trabalhando neles. O desenvolvimento de toda essa tecnologia oferecerá novas oportunidades de negócios para todos os fabricantes de microchips.
Outro setor que promete transformações é o da educação. No campo da educação superior, tudo indica que as universidades criarão seus próprios campi virtuais, o que poderia aumentar o número de estudantes.
Cada vez mais usuários procuram soluções digitais para assistência médica e a pandemia exacerbou essa tendência. A medicina e a telemedicina poderiam ter um campo para crescer e desenvolver novos serviços.
O mesmo aconteceu com o comércio eletrônico. Portanto, empresas como a Amazon e o Mercado Livre viram suas vendas multiplicar-se e o Bank of America acredita que o metaverso levará os consumidores a comprar mais nos mundos virtuais.