O Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgaram os dados mais recentes do Índice de Economia Subterrânea (IES). A saber, a chamada “economia subterrânea” movimentou R$ 1,3 trilhão no Brasil em 2021.
Em resumo, esse valor expressivo corresponde a 16,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Aliás, a “economia subterrânea” até estava em processo de queda, mas reverteu a trajetória neste ano. Na verdade, a pandemia da Covid-19 afetou fortemente este segmento econômico.
Vale destacar que o IES foi criado em 2003 para analisar dados da “economia subterrânea”. Em suma, o segmento se refere à produção e à comercialização de bens e serviços não reportados oficialmente ao governo. Além disso, considera a sonegação de regulamentações trabalhistas e previdenciárias, bem como o descumprimentos destas regras.
Inclusive, em 2003, a economia informal havia movimentado o correspondente a 21% do PIB nacional. Este é o maior patamar já registrado pelo IES. Nos 11 anos seguintes, o nível recuou em todos eles, atingindo uma mínima de 16,1% do PIB em 2014. Contudo, subiu pelo cinco anos seguintes, até representar 17,3% do PIB nacional em 2019.
Pandemia derruba indicador
Com a pandemia, essa taxa caiu para 16,7% devido às restrições para conter a disseminação do novo coronavírus. Em síntese, diversos profissionais informais, como ambulantes, comerciantes e motoristas de aplicativos, acabaram limitados ou mesmo impedidos de realizar suas funções.
De acordo como presidente do ETCO, Edson Vismona, o aumento registrado neste ano em relação a 2020 ocorreu devido às flexibilizações em relação ao vínculo do emprego informal.
“É uma ocupação onde a pessoa não tem nenhuma garantia, não paga impostos, não tem nenhum auxílio previdenciário, é um subempregado. Nós temos que oferecer condições para que ela se formalize e saia da ilegalidade”, destacou Vismona.