A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) em anular todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está dando o que falar. Além de toda a repercussão na mídia nacional e internacional e da movimentação política provocada, esta notícia também tende a afetar diretamente a economia brasileira.
Um bom exemplo disso foi a reação do mercado ontem (8), logo após o anúncio da anulação das condenações. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, afundou 3,98% no pregão. Vale destacar que o índice já se encontrava no campo das perdas, mas a notícia de Lula o puxou ainda mais para baixo.
Além disso, o dólar, que já operava em alta, disparou ainda mais e atingiu o maior valor desde 15 de maio do ano passado. A moeda americana encerrou o dia cotado a R$ 5,7788, após alta de 1,70%. Isso mostra que a anulação das condenações, que devolveu os direitos políticos ao ex-presidente Lula, provocará consequências não só no campo político, mas também no econômico do país.
Turbulência na economia brasileira deve seguir até 2022
O Brasil está vivendo o momento mais difícil da pandemia da Covid-19. Os números de infecções e mortes batem recorde recorrentemente, com o crescimento de uma nova variante da Covid-19 mais contagiosa e resistente e uma vacinação em ritmo super lento. Aliás, diversos economistas já afirmam que haverá uma recessão técnica no Brasil neste primeiro trimestre, que pode ser estendida para o segundo trimestre de 2021.
Neste cenário, de poucas expectativas para uma rápida melhora econômica, as turbulências devem se estender até o próximo ano. Pelo menos é nisso que acredita o economista Sílvio Campos Neto, sócio da consultoria Tendências. Em resumo, isso deve acontecer devido à polarização entre Lula e Bolsonaro. “Há preocupação com um sucesso eleitoral do ex-presidente Lula, dado que o grupo político que o apoia tem uma visão econômica bastante heterodoxa, crítica às reformas trabalhista e da Previdência, ao teto de gastos. O segundo foco de preocupação é com a polarização, que pode dificultar o surgimento de uma terceira via, que aos olhos do mercado seria uma saída mais interessante“, afirmou o economista.
Incertezas até o ano que vem
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