A economia brasileira retraiu 0,8% em maio deste ano, na comparação com abril, após ajuste sazonal. Embora tenha recuado na base mensal, a atividade econômica do país acumulou alta de 3,7% no trimestre móvel de março a maio.
Já em relação a maio de 2021, houve um crescimento de 4,4% da economia brasileira. A saber, estes dados fazem parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
Em resumo, o recuo em maio sucede três meses de avanço. Aliás, a alta registrada em abril, de 0,3%, foi a menos expressiva dos últimos meses, e já indicava perda de fôlego da economia brasileira. Assim, a retração registrada em maio não foi uma surpresa.
“Após três meses consecutivos de crescimento, a economia retraiu 0,8% em maio. A indústria, que havia crescido nos meses anteriores, após um início de ano ruim, voltou a apresentar queda. Outro importante destaque negativo foi o consumo das famílias”, explicou a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.
“Na atual conjuntura, a inflação e juros em patamares elevados reduzem o poder de compra das famílias. Isso se reflete no consumo de produtos menos essenciais, como é o caso de semiduráveis e de duráveis, que perderam força e retraíram em maio”, acrescentou Trece.
Vale destacar que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, também indicou retração do PIB brasileiro em maio.
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Consumo das famílias retrai em maio
Segundo os dados do levantamento, o consumo das famílias retraiu 2,1% em maio, na comparação com abril. Contudo, apesar desse recuo firme, o consumo cresceu 5,8% no trimestre móvel de março a maio, em relação ao mesmo período do ano passado.
O Monitor PIB-FGV também revelou que a exportação de bens e serviços despencou 7,6% em maio, na base mensal. Da mesma forma, as vendas para o exterior retraíram 5,4% no trimestre de março a maio, na comparação anual. Em suma, as quedas nas exportações de produtos agropecuários e da extrativa mineral puxaram o resultado para baixo.
Por sua vez, a importação retraiu 1,6% na base mensal e 5,1% no trimestre móvel, em relação ao mesmo período de 2021. A saber, a importação de serviços foi o único item a contribuir positivamente para o indicador. Em contrapartida, o fraco desempenho das importações de bens intermediários figurou como o principal responsável pela queda das importações no período.
Por fim, o FGV Ibre revelou que as estimativas para o PIB brasileiro acumulado entre janeiro e maio indicam R$ 3,83 trilhões, em valores correntes.
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