A economia brasileira encolheu 0,8% em agosto deste ano, na comparação com julho, após ajuste sazonal. Por outro lado, na comparação interanual, a atividade econômica do país cresceu 3,7% em agosto.
Da mesma forma, em relação ao trimestre móvel de junho a agosto, a economia brasileira também teve um crescimento de 3,3% no.
A saber, estes dados fazem parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e divulgado nesta quarta-feira (19).
“A queda da atividade econômica em agosto está associada as retrações na indústria e nos serviços. Destaca-se que houve recuos na maior parte das atividades que compõem estes dois setores”, explicou a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.
“Pela ótica da demanda, o destaque é a queda do consumo das famílias em agosto, na comparação com julho. Dada a importância que o consumo tem apresentado em 2022, sendo considerado o principal responsável pelo bom desempenho da economia no primeiro semestre, sua retração em agosto sinaliza provável dificuldade de manutenção do crescimento na economia na segunda metade do ano”, acrescentou Trece.
Vale destacar que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, também indicou queda da economia brasileira em agosto, mas a queda foi mais expressiva, de 1,13%.
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Juros podem desacelerar ritmo de crescimento da economia
Segundo os dados do levantamento, o consumo das famílias caiu 0,5% em agosto, na comparação com julho. Na base anual, houve alta de 5,1% em agosto e de 4,4% no trimestre móvel de junho a agosto.
Esse recuo nos dados já era esperado, uma vez que julho já havia mostrado desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira. No entanto, em julho, Juliana Trece havia informado que “a análise de um mês isolado não é suficiente para indicar tendência de desaceleração”.
Agora, em agosto, a situação acabou se confirmando, com a economia brasileira voltando a fechar um mês em queda.
“Em divulgações anteriores do Monitor do PIB-FGV já foi destacado que devido aos juros estarem em patamares elevados, era esperado que a economia se enfraqueceria no segundo semestre. A retração registrada na atividade econômica em agosto pode ser uma sinalização que a esperada desaceleração da economia chegou”, disse Trece.
Por fim, o PIB brasileiro acumulou R$ 6,31 trilhões nos oito primeiros meses deste ano, em valores correntes. A saber, esse valor se refere a estimativas do Monitor do PIB-FGV.
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