A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgou o seu estudo semestral que aponta as previsões para a economia mundial. Entre as diversas informações divulgadas, ela apresenta uma revisão sobre as estimativas do crescimento do PIB brasileiro.
O estudo apresentado em dezembro de 2021 apontava que o Produto Interno Brasileiro cresceria 1,4%, já no novo relatório, os números foram revisados para um crescimento de 0,6%, um quinto da média mundial, que está estimada em 3%. Inclusive, a economia brasileira está prevista para crescer menos que outros países da América Latina, como a Colômbia (6,1%), Argentina (3,6%) e o México (1,9%).
Nesse sentido, a média de 3% para o crescimento global já representa uma revisão do valor apresentado no relatório de dezembro, que era de 4,5%. De acordo com a OCDE, a expansão do PIB global foi fortemente afetada pela guerra entre Ucrânia e Rússia e seus efeitos ainda devem continuar pelos próximos meses.
Motivos que levam a revisão do PIB brasileiro
Existem alguns pontos que explicam a revisão do PIB brasileiro para praticamente metade do previsto. Embora as exportações brasileiras de commodities continuem ganhando força, existem pontos que travam a expansão do consumo, como a alta da inflação que, este ano, deve chegar aos 9,7%.
Além disso, o quadro da economia brasileiro tem apresentado indicativos negativos quanto a sua melhora. Além da inflação, o aperto monetário através do aumento dos juros tem diminuído a demanda tanto do mercado interno quanto do mercado externo. Nesse sentido, o mercado interno ainda não conseguiu se recuperar muito devido a baixa recuperação do mercado de trabalho.
Com o fim do Auxílio Emergencial, essa recomposição do mercado de trabalho era fundamental para que a economia fosse retomada, mas não foi o que aconteceu e ainda não conseguiu compensar o fim do benefício emergencial. Um outro ponto está relacionado às eleições presidenciais que ocorrerão em outubro deste ano, que geram diversas incertezas para o mercado.
O que pode ser feito para recuperar a economia?
A princípio, é necessário que o Brasil, na avaliação da OCDE, dê continuidade a “reformas ambiciosas que foram iniciadas para melhorar a produtividade e o emprego”. Isso significa que o país deve realizar gastos públicos de forma mais eficiente, buscando “fortalecer o quadro fiscal no médio prazo, o que criaria espaço para investimentos públicos produtivos e ajudas sociais bem direcionadas, além do reforço da confiança dos investidores”.
Para o próximo ano, ainda está previsto um crescimento fraco para a economia, de 1,2%, visto que a alta inflação deve se estender para 2023, fazendo que o Banco Central continue a aumentar a taxa básica de juros.
Por fim, como é um ano eleitoral, existem diversas dúvidas sobre o caminho que o país deve tomar para reverter os efeitos da crise, que, embora seja de escala global, tem afetado o Brasil de forma mais forte que a média. No entanto, é necessário que o governo federal tome medidas imediatas para buscar retomar a economia e evitar uma recessão.