A economia brasileira cresceu 0,4% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior, após ajuste sazonal. Da mesma forma, a atividade econômica do país também cresceu na comparação interanual, e de maneira ainda mais expressiva (+3,2%).
Por outro lado, ao considerar apenas o resultado de setembro, a economia brasileira encolheu 0,4% em relação a agosto. Já na comparação com setembro de 2021, houve um crescimento de 2,3%.
A saber, estes dados fazem parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e divulgado nesta segunda-feira (21).
“O crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre reflete o desempenho positivo das três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) e de todos os componentes da demanda”, explicou a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.
“Apesar desse desempenho positivo o resultado do terceiro trimestre mostra perda de força da economia, por apresentar taxa de crescimento menor do que as observadas no primeiro e no segundo trimestre do ano”, ponderou Trece.
Vale destacar que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, também indicou crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre.
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Economia brasileira recua pelo segundo mês consecutivo
Embora o resultado trimestral tenha ficado positivo, a FGV Ibre destaca que a economia brasileira encolheu pelo segundo mês seguido. A saber, a atividade econômica havia retraído 0,8% em agosto.
“Observa-se que o recuo registrado em setembro é o segundo consecutivo da atividade econômica e sinaliza dificuldade de a economia manter o ritmo de crescimento registrado no início do ano”, disse Trece.
De acordo com a coordenadora, os juros elevados impedem que a economia brasileira cresça de maneira expressiva. Isso porque, quanto mais altos os juros, mais caro fica o crédito. Dessa forma, a população deixa de adquirir itens ou contratar serviços, e isso se reflete em um crescimento cada vez mais fraco da economia do país.
“Não é surpresa que os juros em patamares elevados tenham se refletido em dificuldade para a economia no segundo semestre. Graças aos estímulos fiscais que ocorreram na economia ao longo do ano, o início do enfraquecimento econômico de certa forma demorou a chegar”, explicou Trece.
Por fim, o PIB brasileiro acumulou R$ 6,31 trilhões nos oito primeiros meses deste ano, em valores correntes. A saber, esse valor se refere a estimativas do Monitor do PIB-FGV.
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