O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) criticou a vinda de Nicolás Maduro, chefe do Executivo da Venezuela, ao Brasil. Em entrevista ao canal “CNN Brasil” na noite de segunda-feira (29), Bolsonaro lamentou a aproximação do Brasil com o país vizinho.
“Vejo com tristeza essa aproximação com ditaduras. O atual governo não tem nenhum apreço pela democracia, fazendo isso. Essas pessoas [Nicolás Maduro] representam o que o Lula quer para o Brasil: povo sem liberdade (…) O que existe na Venezuela é uma ditadura silenciosa”, disse Bolsonaro, que ainda criticou a situação econômica e a social na Venezuela.
Para o ex-presidente, é importante que todos saibam o que foi a operação Acolhida e o que sua gestão fez na fronteira do Brasil com a Venezuela. “Recebemos ainda mais de 500 pessoas por dia, fugindo da miséria e da fome do governo de Nicolás Maduro. O povo foge da Venezuela, país mais rico do mundo em reserva de petróleo”, disse ele.
Essa foi a primeira vez que Nicolás Maduro esteve no Brasil desde 2015. Ele estava proibido de vir ao país desde 2019. Isso, por conta de uma decisão de Bolsonaro, que à época rompeu as relações com a Venezuela e ainda retirou diplomatas de Caracas, capital do país.
Lula classifica como histórica a vinda de Nicolás Maduro
Diferentemente da posição de Bolsonaro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “histórico” o encontro que teve com Nicolás Maduro. Assim como publicou o Brasil123, o chefe do Executivo Venezuelano foi recebido no Palácio do Planalto com todos os trâmites de uma cerimônia oficial de visita de chefe de Estado.
Durante uma declaração conjunta à imprensa, Lula fez fortes críticas aos Estados Unidos por conta do embargo econômico feito contra a Venezuela. Segundo o petista, essas sanções econômicas são “pior do que uma guerra”.
Na ocasião, Lula também classificou como “narrativas” as acusações de que a Venezuela não vive sob um regime democrático. Essa posição vai contra o que afirmam ONGs e organismos internacionais. Dados da Anistia Internacional e das Nações Unidas, que reiteradamente dizem que o governo venezuelano viola os direitos humanos e é suspeito de crimes contra a humanidade.
Conforme essas entidades, não são raras as agressões a ativistas de direitos humanos, jornalistas e líderes indígenas. Nesse sentido, hoje, estima-se que existam pelo menos 300 presos políticos no país que, ao mesmo tempo, enfrenta elevados índice de inflação, pobreza e desemprego.
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