No centro do debate democrático nos Estados Unidos, podemos observar uma batalha se formando por uma mudança em relação ao voto. Durante o ano, muitos estados conservadores abandonaram inovações destinadas a aumentar a participação política para evitar fraudes eleitorais.
Em contrapartida, seus opositores continuam a encontrar maneiras de aumentar a participação dos eleitores. Pressuposto a essas reformas está uma implicação política tácita de que os não-eleitores apoiarão os democratas em detrimento dos republicanos.
As eleições, portanto, tornaram-se mais do que apenas o direcionamento da política pública do país. Em vez disso, cada eleição é uma corrida pela sobrevivência da constituição e da democracia, buscando resgatar a maioria, que por hora, se mantém silenciosa.
Republicanos vs Democratas
Desde 1800, os Estados Unidos são conhecidos por seu sistema bipartidário. Republicanos e democratas têm seus próprios pontos de vista e assumem como o país deve funcionar. O Partido Republicano, também conhecido como Grand Old Party (GOP), é movido por uma ideologia mais conservadora ou de “direita” e favorece o governo pequeno e os cortes de impostos para todos.
Em contrapartida, o Partido Democrata é considerado mais progressista ou “de esquerda”, isso significa que defende um governo maior e impostos mais altos para aqueles com renda mais alta.
Além disso, do ponto de vista político-econômico, os democratas geralmente beneficiam famílias de baixa e média renda. Nesse sentido, acredita-se que a redução da desigualdade de renda estimula o crescimento econômico, o que significa que as pessoas estão mais propensas a consumir do que poupar e investir.
Os republicanos, por outro lado, buscam por uma economia do lado da oferta que tradicionalmente beneficia empresas e investidores. Seu argumento é que os cortes de impostos corporativos podem contratar mais trabalhadores, aumentando assim a demanda e o crescimento.
Desse modo, afirmando ser o “maior partido da liberdade econômica e da liberdade que torna a prosperidade possível”, os republicanos ostentam sua abordagem pró-negócios e buscam a prosperidade sem interferência do governo.
Voto obrigatório
O melhor argumento para o voto obrigatório é que ele incentiva a democracia participativa, tornando assim a ideia de uma política democrática mais aderente ao maior grupo possível de cidadãos. No Brasil, por exemplo, segundo as estatísticas fornecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o comparecimento às urnas costuma chegar em mais de 90% porque é visto como uma obrigação e não como um direito.
Crítica ao voto obrigatório nos EUA
Apesar do encorajamento do voto obrigatório no país, nem todos os americanos compartilham da mesma opinião, para muitos, o voto obrigatório marcaria o fim da guerra eleitoral, com um lado tentando facilitar o voto e o outro tentando dificultar.
Em outras palavras, caso a votação se mantiver opcional, ambas as partes têm um incentivo para fazer regras que supõem que as ajudarão. Além disso, a ideia de ter que votar em algum candidato, que pode por sua vez, não representar o eleitor americano, pode criar partidarismo negativo, ou seja, uma situação onde os eleitores tendem a odiar ambos os partidos políticos.
Conclusão
Apesar de não haver um consenso entre os americanos, a possibilidade do voto obrigatório desafia a maneira como as eleições são pensadas, levantando questões importantes sobre a governança democrática. Em suma, a própria reforma pode ou não merecer o apoio necessário, no entanto, carece da atenção de todos os americanos, fazendo com que buscar trabalhar em ideias importantes sobre a democracia.