Rita Serrano, a presidente da Caixa Econômica Federal, anunciou que a instituição poderá efetuar os depósitos do programa Bolsa Família na nova moeda digital do Banco Central, chamada Drex.
No dia 7 desta semana, o Banco Central comunicou a mudança de nome da moeda digital anteriormente conhecida como Real Digital, e essa modificação entrará em vigor a partir de setembro.
O propósito subjacente, de acordo com o Banco Central, é utilizar o Drex em transações financeiras de grande escala, assemelhando-se ao funcionamento do Pix (sistema de transferências instantâneas em operação desde 2020), mas aplicado a montantes substanciais e com diversas finalidades.
Os consumidores deverão realizar a conversão de reais para Drex para realizar envios monetários e executar o processo inverso ao receber dinheiro. Cabe ressaltar que essa mudança não influenciará nas variações ou aumentos do benefício, uma vez que cada R$ 1 será equivalente a 1 Drex.
A distinção reside no fato de que o sistema de transações financeiras ganhará um nível superior de segurança devido à incorporação da tecnologia blockchain.
Compreenda a distinção entre a recém-criada moeda digital DREX e o sistema PIX
O Drex, o novo nome para o Real Digital recém-anunciado pelo Banco Central em 7 de agosto, provocou uma série de questionamentos sobre suas distinções em relação ao PIX.
Pouco tempo após o anúncio, uma tendência divertida surgiu nas redes sociais, onde os internautas começaram a brincar com a frase “Faz um Drex?”, em alusão às transações de dinheiro via PIX.
Apesar de ser considerado um “parente próximo” do PIX devido à sua base tecnológica, essa nova iniciativa, prevista para ser disponibilizada ao público até o final de 2024, possui distinções.
Mas quais são elas? A primeira e mais significativa reside na natureza intrínseca de cada uma das tecnologias: enquanto o PIX atua como uma ferramenta para transações instantâneas, o Drex assume a forma de moeda em si, sendo a primeira moeda virtual oficial do Brasil.
Portanto, o PIX é um meio para a transferência de dinheiro, enquanto o Drex é o próprio dinheiro a ser transferido. A moeda digital recém-introduzida terá a capacidade de ser empregada tanto para realizar transações via PIX, quanto para pagamentos e transferências por meio de outras modalidades já existentes.
Recursos do Drex
O conceito subjacente à nova moeda também abarca a possibilidade de adquirir e comercializar títulos públicos em colaboração com o Tesouro Nacional. Desse modo, será viável efetuar a compra e venda desses títulos por meio do Real Digital.
Especialistas ressaltam ainda que a introdução dessa nova moeda deverá resultar na disponibilidade de novos serviços financeiros digitais, notadamente os contratos inteligentes, também conhecidos como “smart contracts”.
Ademais, o Drex será empregado em outras esferas, tais como empréstimos, apólices de seguro e investimentos. Um contraste em relação ao PIX é que a utilização do Real Digital implicará um custo.
No entanto, o responsável pela iniciativa enfatiza que os encargos inerentes às operações financeiras, tal como executadas atualmente, serão reduzidos por intermédio do Real Digital.
Como operará esse novo recurso?
No contexto prático, o Real Digital desempenhará a função de uma representação digital das notas físicas já emitidas pelo Banco Central, sendo respaldado pelos mesmos princípios e diretrizes econômicas que determinam o valor e a estabilidade do real tradicional.
A instituição monetária ressalta que uma das premissas fundamentais para o desenvolvimento da moeda digital é a sua interoperabilidade, assegurando que o sistema possa se comunicar de forma fluida com os meios de pagamento atualmente disponíveis para a população.
Além das transferências através do PIX, os usuários terão a capacidade de efetuar pagamentos em estabelecimentos comerciais usando seus prestadores de serviços de pagamento, como bancos, instituições financeiras ou outras entidades autorizadas pelo Banco Central para essa finalidade.
Adicionalmente, os usuários também poderão realizar transferências de reais digitais para terceiros, convertê-los em depósitos bancários convencionais e retirá-los em formato físico, bem como liquidar contas, boletos e obrigações tributárias.