Já ouviu falar no Drex? Essa modalidade de pagamentos, já testada em países como Gana e Tailândia, começará a ser estudada no Brasil.
A saber, o Banco do Brasil (BB) e a empresa Giesecke+Devrient Currency Technology (G+D) firmaram um acordo de cooperação técnica que prevê o uso do Drex, versão digital do real desenvolvida pelo Banco Central, para pagamentos offline.
Sim, por meio desta solução, é possível usar uma pulseira, um cartão de plástico ou o próprio celular para fazer pagamentos com moedas virtuais sem estar conectado à internet. Basta uma aproximação entre dispositivos para transferir o valor do pagador para o recebedor de forma criptografada.
Projeto piloto do Drex
A G+D é uma empresa global que fornece soluções para segurança digital, plataformas financeiras e tecnologia monetária. A companhia também atua no desenvolvimento de projetos mundiais de moedas digitais de Bancos Centrais, como o Drex. O Banco do Brasil participa oficialmente do projeto-piloto.
Cabe mencionar que o acordo, assinado depois de meses de negociação, pretende desenvolver soluções adaptadas à realidade brasileira para transações com o Drex sem internet, que complemente as transações com dinheiro, cartões e Pix.
Segundo o Banco do Brasil, a solução em estudo foi apresentada no programa Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift Challenge), promovido pelo Banco Central brasileiro.
Além disso, o banco afirma que a solução de pagamento offline permitirá a exploração de novas utilizações para o Drex.
Então, caso os testes sejam bem-sucedidos, será possível desenvolver modelos de uso da moeda digital criptografada em transações cotidianas, como pequenas compras no comércio, pagamentos de serviços e mesada, por exemplo.
Ainda mais, outra vantagem, conforme o BB, será a ampliação do Drex a pessoas com dificuldade de acesso à internet, sem inclusão financeira ou que vivam em locais com infraestrutura precária.
Pessoas sem contas bancárias podem carregar carteiras digitais em um dispositivo, que pode até ser um acessório como pulseira ou anel, e fazer transações seguras em comércios locais.
As transferências dos dados criptografados entre as contas são garantidas pelo protocolo de segurança criado pela G+D.
Uso de dinheiro
Mesmo com a maior inclusão da população no sistema bancário e com a popularização do Pix, o uso do dinheiro em espécie continua expressivo no Brasil.
Uma pesquisa recente da Tecban, empresa de tecnologia bancária e de soluções financeiras, identificou que 29% dos brasileiros usam o dinheiro físico como uma das principais formas de pagamento.
Nas classes C, D e E esse número sobe para 32%. Na Região Nordeste, o índice chega aos 40%.
Entre os motivos pela preferência pelo papel moeda, informou a pesquisa, estão a falta de conta ou cartão de crédito e dificuldades de conexão com a internet.
Segundo o BB, uma solução que permita pagamentos sem conexão com a internet, de forma prática, segura e simples, tem potencial para se tornar um meio de pagamento alternativo ao dinheiro em espécie, além de popularizar o Drex.
Com informações da Agência Brasil