João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira (28) que não exclui “nenhuma alternativa” ao ser perguntado sobre a hipótese de ele fazer parte de uma chapa presidencial na condição de vice da senadora Simone Tebet (MDB).
A declaração do ex-governador foi feita durante uma entrevista organizada pelo jornal “Folha de S.Paulo” em parceria com o portal UOL e teve como um dos focos as recentes reuniões do PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil, que negociam o lançamento de um “candidato de consenso” na eleição presidencial deste ano.
O plano dessas legendas é ser uma alternativa para acabar com a polarização entre as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que lideram todas as pesquisas de intenção de voto. “O senhor aceitaria ser o vice? Porque Simone Tebet falou que não. O senhor aceitaria?”, perguntou uma jornalista ao ex-governador.
“Nós temos que ter o bom entendimento. A prioridade é o Brasil, não somos nós. Eu não me priorizo e nem excluo nenhuma alternativa”, disse Doria. “Nós não podemos agir dessa maneira”, disse na sequência o ex-governador, ressaltando que isso não era uma crítica à senadora Simone Tebet.
“A prioridade, no meu entender, é o Brasil e os brasileiros, não é sequer o meu partido. Tenho 21 anos de PSDB, vou completar 22 anos daqui a um mês, mas entendo que a prioridade não é o indivíduo nem sequer o partido — nem sequer os partidos”, disse o tucano, explicando ainda que “priorizar o Brasil” significa ter um programa de governo “liderado por aquele ou aquela que possa representar essa expressão de 44% do eleitorado que não faz opção nem por Lula nem por Bolsonaro”.
Eleições 2022
De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no final de março, juntos, Lula e Bolsonaro acumulam cerca de 70% das intenções de voto. Os 30% restantes estão distribuídos entre os demais pré-candidatos, além de brancos, nulos e indecisos.
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