João Doria, ex-governador de São Paulo, revelou nesta quarta-feira (19) que formalizou seu pedido de desfiliação do PSDB, legenda a qual ele fez parte nos últimos 22 anos. O ex-gestor paulista anunciou o fato em nota e publicação nas redes sociais onde afirmou que cumpriu sua “missão” na política.
“Encerro minha trajetória partidária de cabeça erguida”, declarou. “Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro. E sempre em defesa da democracia, da liberdade e do progresso social do Brasil”, afirmou Doria, que pretendia ser candidato à presidência, mas acabou desistindo por conta de pressões internas do partido.
Essas pressões vieram mesmo após ele ter vencido o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas prévias partidárias. Na avaliação da legenda, o ex-governador estava estagnado nas pesquisas de intenções de votos, pois estava pontuando entre 2% e 5%. Por conta disso, o PSDB resolveu apoiar Simone Tebet (MDB), que iria compor uma chapa com Eduardo Leite, que também deixou a disputa.
Doria também declarou que, no segundo turno das eleições presidenciais, irá votar nulo. Isso porque o ex-governador disse que não se enxerga apoiando ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e nem o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL). “Não vou nem de Lula, nem de Bolsonaro. O meu voto será o da neutralidade. Meu voto será nulo. Não faço ataques nem a um lado, nem ao outro”, disse ele recentemente.
Doria foi aliado de Bolsonaro em 2018, mas desfez a parceria com o presidente durante a pandemia de Covid-19. Isso porque, enquanto o ex-gestor paulista defendia trazer vacinas para o país, o presidente criticava as medidas para conter a doença. No ano passado, Doria chegou a dizer que se arrependia “amargamente” de ter apoiado Bolsonaro. “Não tenho compromisso com o erro. Foi um enorme erro, meu e de milhares de brasileiros. Nós temos um governo que de liberal só tem o discurso. É uma tristeza para o Brasil”, afirmou ele na ocasião.