O mercado voltou a indicar as preocupações com a cena fiscal do país. Nesta quarta-feira (11), o dólar comercial encerrou o pregão com alta de 0,48%, cotado a R$ 5,2217. Com isso, a moeda americana agora acumula alta de 0,67% em agosto e de 0,23% na parcial de 2021 ante o real.
Em resumo, a cena fiscal interna continua no radar dos investidores. A saber, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na véspera a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em julho. E a inflação oficial do país subiu 0,96% no mês, maior nível para julho desde 2002.
Dessa forma, o IPCA passou a acumular uma disparada de 8,99% nos últimos 12 meses, superando em muito o teto da meta da inflação para 2021 (5,75%). E isso pressiona o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) a continuar elevando a taxa básica de juros do país, a Selic.
Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país. Assim, o dólar acaba perdendo força diante o real com os aumentos da taxa básica de juros. Embora a expectativa aponta para elevações da Selic no decorrer do ano, os investidores preferiram comprar dólares nesta quarta.
Além disso, o IBGE também divulgou hoje que o volume de vendas do varejo brasileiro caiu 1,7% em junho em relação ao mês anterior. O recuo sucede dois meses seguidos de avanço.
Os investidores ainda repercutiram a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, que ocorreu na véspera. A propósito, a Câmara dos Deputados rejeitou a PEC horas depois da exibição de blindados das Forças Armadas em frente ao Congresso. O ato contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
Dados externos também impactam cotação do dólar no dia
Por fim, os operadores também avaliaram a divulgação dos dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos em julho. Em síntese, o Departamento do Trabalho norte-americano subiu 0,5% no mês passado, após avanço de 0,9% em junho.
Esse dado aumenta as expectativas de interrupção dos estímulos na economia americana pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. Em síntese, o Fed já afirmou que reduzirá os estímulos, bem como elevará os juros, assim que o mercado de trabalho mostrar força e estabilidade.
Aliás, no final da semana passada, o Departamento do Trabalho dos EUA também revelou que houve a criação de 943 mil novos postos de trabalho em julho no país. Assim, o medo da interrupção dos estímulos praticados pelo Fed cresceu, fazendo os investidores buscarem o dólar.
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