O dólar comercial encerrou o pregão desta quarta-feira (28) tombando 1,29%, cotado a R$ 5,1088. A saber, esse é o maior recuo em uma sessão desde o último dia 14, quando a moeda americana despencou 1,87%. Com o resultado, a divisa reduziu a valorização em julho para 2,73%, enquanto aumentou as perdas na parcial de 2021 para -1,51%.
Em resumo, os investidores repercutiram a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA. A propósito, o banco decidiu manter a meta da taxa de juros de referência do país entre 0% e 0,25%, sem alteração. Contudo, a entidade afirmou que as próximas reuniões irão discutir quando os estímulos à economia americana cessarão.
Essa decisão impulsionou o bom humor externo, fazendo os investidores venderem seus dólares para comprar ativos de risco. Como os juros nos EUA seguirão em níveis muito baixos, pelo menos por enquanto, os operadores se viram aptos a irem às compras. Além disso, o banco também manteve a compra de títulos no mesmo nível, em US$ 120 bilhões ao mês. E boa parte desse dinheiro escorre para o mercado de ações.
Divulgação de dados internos também repercute no dia e influencia dólar
No cenário doméstico, a Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que a confiança da indústria do Brasil cresceu em julho, terceiro avanço seguido. Contudo, a FGV afirmou que o otimismo das empresas desacelerou no mês devido ao “cenário de escassez de insumo, possibilidade de racionamento energético e alta incerteza econômica”, segundo a economista da FGV, Claudia Perdigão.
Os investidores também repercutiram o forte avanço do Índice de Preços ao Produtor (IPP) em junho, maior nível para o mês desde 2014. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, os preços das indústrias extrativas dispararam no mês e puxaram o IPP pra cima.
Por fim, o mercado ainda aguarda a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve ocorrer na próxima semana. Em suma, o comitê definirá a taxa básica de juros do Brasil, a Selic. As estimativas de economistas apontam para uma elevação de 1,0 ponto, ainda mais por causa da variação expressiva da prévia da inflação neste mês.
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