O dólar comercial fechou o pregão desta quinta-feira (9) em queda firme de 1,96%, cotado a R$ 5,2233. A saber, a divulgação do texto do presidente Jair Bolsonaro em relação a crise institucional conseguiu reduzir um pouco da tensão no país. Aliás, o mercado acabou analisando a nota oficial como uma forma do presidente tentar uma pacificação entre os Poderes.
Na véspera, a moeda americana havia disparado 2,93% por causa dos atos de 7 de Setembro. No feriado da Independência do Brasil, apoiadores do governo foram às ruas defender pautas antidemocráticas. Além disso, Bolsonaro aproveitou os atos para proferir falas golpistas, voltar a criticar ministros, governadores e prefeitos e desacreditar mais uma vez o processo eleitoral do país.
O presidente ainda afirmou que não iria mais cumprir as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Por isso, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, rebateu as falar e afirmou que “ninguém fechará a Corte”.
“Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, acrescentou o ministro Fux.
O temor entre os investidores se referia a uma ruptura democrática, defendida tanto pelos apoiadores do governo quanto pelo próprio presidente. Mas a nota divulgada por Bolsonaro amenizou a situação. Sobre o ministro Alexandre de Moraes, o presidente afirmou que houve “conflitos de entendimento” em relação ao inquérito das fake news.
Bolsonaro ainda afirmou que “na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia“.
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Investidores ainda ficaram atentos aos bloqueios de estradas promovidos por caminhoneiros. Em suma, estes profissionais apoiam o presidente e criticam ministros do STF, assim como Bolsonaro. Os bloqueios seguiram pelo segundo dia consecutivo em pelo menos 16 estados. Mas a situação mudou até o final desta quinta, com o Ministério da Infraestrutura afirmando que não havia mais interdição no país.
Por fim, vale destacar que o próprio presidente enviou um áudio para os caminhoneiros na noite de ontem (8), pedindo que liberassem as estradas. A saber, a equipe econômica do governo estava preocupada com os problemas econômicos que o movimento poderia provocar.
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