O dólar havia fechado o primeiro pregão desta semana em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,67. No entanto, a moeda norte-americana sofreu o maior tombo do ano na sessão desta terça-feira (11), de 1,67%, e fechou o dia a R$ 5,5792. Aliás, esse é o maior recuo diário desde 30 de dezembro, quando a divisa tombou 2,09%, para R$ 5,5735.
A saber, o que enfraqueceu o dólar nesta terça foram dados acima do esperado da inflação no Brasil. Em resumo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação do país, variou 0,73% em dezembro. A taxa superou a média das estimativas de analistas, que indicava uma alta de 0,65% no mês.
Com o acréscimo do resultado de dezembro, o IPCA acumulou uma variação de 10,06% no ano, maior patamar desde 2015 (10,67%). Assim, a taxa extrapolou em muito o teto da inflação (5,25%), mesmo com a atuação firme do Banco Central (BC), que elevou sete vezes a taxa básica de juros do país apenas em 2021.
Por falar nisso, a expectativa do mercado financeiro é que a inflação do Brasil fique em 5,03% em 2022. Embora a taxa apresente uma forte desaceleração na comparação com 2021, o nível também extrapola o teto definido para a inflação neste ano (5,00%).
Seja como for, o avanço maior que o esperado em dezembro já faz analistas acreditarem que o BC pode elevar ainda mais os juros neste ano para conter as fortes variações da inflação. Em resumo, esse cenário beneficia o real, pois torna a moeda brasileira mais atraente, visto que os juros aumentam sua rentabilidade. Em outras palavras, o dólar perde força.
Declarações de Powell também repercutem no dia
Além disso, os investidores também ficaram de olho nos Estados Unidos. Isso porque Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, fez declarações nesta terça sobre a política monetária do país.
Em suma, Powell prometeu combater a inflação no país, utilizando as ferramentas disponíveis para impedir uma elevação ainda mais forte da taxa. Ele também citou a pandemia da Covid-19, afirmando que a crise sanitária segue “dando origem a desequilíbrios e gargalos persistentes de oferta e demanda e, portanto, à inflação elevada”.
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