Após avançar 1% na véspera e alcançar o maior patamar desde março, o dólar voltou a cair nesta terça-feira (21). A saber, a moeda norte-americana encerrou o pregão em leve queda de 0,04%, cotada a R$ 5,7388. Com o acréscimo desse resultado, a divisa passa a acumular uma valorização de R$ 10,63% ante o real em 2021.
Na sessão anterior, a aversão aos ativos de risco predominou em todo o planeta devido à variante Ômicron da Covid-19. Em resumo, as preocupações giram em torno das restrições que os países voltaram a adotar para conter a disseminação do coronavírus. Na verdade, o impacto que a variante pode causar na economia global ainda é incerto, e isso assusta o mercado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Ômicron já está presente em, ao menos, 89 países e se espalha mais rapidamente que a Delta. Isso explica a instabilidade nos mercados internacionais nos últimos dias, não só no Brasil.
Ao mesmo tempo, diversos bancos centrais (BC) estão apertando as suas políticas monetárias. O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu antecipar o encerramento dos estímulos na economia norte-americana. Assim, o Fed poderá elevar a taxa de juros no país mais cedo que o esperado para tentar segurar a inflação elevada.
Cenário doméstico continua no radar dos investidores
Além disso, os fatores domésticos já conhecidos entre os investidores seguiram no radar. No dia, o mercado repercutiu o adiamento da votação do Orçamento de 2022 na véspera e ficou atento ao Congresso Nacional. Em suma, a casa legislativa aprovou o texto com mais de R$ 21 bilhões para o fundo eleitoral, além de emendas do relator, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
Diante desse cenário, o dólar ainda avançava no dia. Por isso, o BC precisou intervir para aumentar a liquidez no mercado de câmbio. A saber, a entidade vendeu até US$ 500 milhões em moeda à vista através de ofertas extraordinárias.
Vale destacar que essa é a quinta vez nos últimos oito pregões que o BC faz esse tipo de intervenção no mercado de câmbio. Dessa forma, o total injetado pela instituição financeira nesses tipos de operação chegou a US$ 3,872 bilhões no período. A entidade também ofertou até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem, com vencimento para 1º de fevereiro de 2020.
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