O dólar comercial encerrou o pregão de hoje (23) praticamente estável. A saber, a moeda norte-americana teve leve alta de 0,09% e fechou o dia cotada a R$ 5,3086. No ano, a valorização ante o real é de 2,34%. E o que mais repercutiu nesta quinta no mercado de câmbio foi o aumento da taxa básica de juros do país, a Selic.
Em resumo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar em 1,0 ponto percentual a taxa Selic, que passou de 5,25% para 6,25%. Essa foi a quinta alta seguida, que fez a taxa atingir o maior patamar desde julho de 2019. Inclusive, a taxa Selic caiu para 2,0% no ano passado por causa da pandemia da Covid-19, menor patamar já registrado. E o BC fez isso para aquecer a economia.
Agora, em 2021, acontece justamente o contrário. Em suma, uma Selic mais alta eleva também os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Assim, que tiver interesse em financiar um imóvel ou adquirir crédito junto a bancos pagará mais. Assim, as pessoas diminuem suas compras, desaquecendo a economia. E o principal objetivo do BC ao elevar a Selic é segurar a inflação no Brasil, que segue nas alturas.
Além disso, a alta da Selic beneficia aplicações em renda fixa, que tendem a render um pouco mais. Dessa forma, os investidores acabam se desfazendo do dólar, mas isso não aconteceu hoje. Aliás, a decisão do Copom foi divulgada na véspera (22), mas apenas às 18h, horário posterior ao fechamento do pregão. Com isso, a repercussão da decisão pesou na sessão de hoje.
Veja o que mais impactou a cotação do dólar nesta quinta
Nesta quinta, os investidores também repercutiram a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, em manter os juros estáveis entre 0% e 0,25%. Contudo, o banco sinalizou mais uma vez que a compra de títulos públicos, na ordem de US$ 120 bilhões, será reduzida “em breve”. A saber, o Fed vem injetando estímulos na economia norte-americana desde março do ano passado, mês da decretação da pandemia da Covid-19.
Na China, a Evergrande teve um forte avanço de 17,62% no dia, mas ainda segue com perdas acumuladas de 38,76% apenas em setembro. De acordo com o jornal “The Wall Street Journal”, autoridades da China estão pedindo aos governos locais que se preparem, pois a gigante imobiliária pode, de fato, quebrar.
Por fim, o risco de falência da segunda maior empresa do setor imobiliário chinês impulsionou as preocupações em todo o mundo. A Evergrande possui a maior dívida de ativos do mundo, na ordem de US$ 300 bilhões. Embora a gigante tenha afirmado ter “resolvido” o pagamento de juros de uma das dívidas, de US$ 83,5 milhões, a incorporadora não deu detalhes sobre a ação.
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