O dólar comercial iniciou a semana 1,43% mais caro. A moeda americana fechou o pregão desta segunda-feira (15) cotada a R$ 5,6391. Isso mostra o quão inseguros os investidores estavam na sessão de hoje, até porque a situação do Brasil não está nada boa. Dessa forma, preferiram apostar no dólar, por este proporcionar muito mais segurança aos mercados.
O principal fator que pesou no pregão foi a repercussão em torno da “super quarta”. Em suma, muitos investidores estão aguardando pelo próximo dia 17, data em que tanto no Brasil quanto os Estados Unidos devem definir suas políticas monetárias. Espera-se uma elevação da taxa básica de juros do Brasil, a taxa Selic, que passou 2020 em sua mínima histórica (2,0%).
Aliás, segundo analistas do mercado financeiro, a Selic deve encerrar o ano em 4,50%. Essa informação está presente no relatório Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC). Além disso, no documento, as projeções também indicaram uma elevação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, que passou de 3,98% para 4,60%. Enquanto isso, os economistas também elevaram as projeções para o dólar, que deve encerrar o ano cotado a R$ 5,30.
Também vale ressaltar os rumores da saída do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, do cargo. O Centrão no Congresso vem pressionando o presidente Jair Bolsonaro para retirar o ministro devido ao desgaste de imagem por todos os problemas verificados em sua gestão. Agora, o quarto ministro, em menos de um ano, deve assumir a pasta nos próximos dias.
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No cenário interno, os recorrentes recordes superados de casos e mortes provocados pela Covid-19 no Brasil pesaram novamente no pregão. Aqui, a vacinação continua caminhando num ritmo muito mais lento que o desejado. Diversos estados estão com seus sistemas de saúde entrando em colapso, com pessoas morrendo em filas de espera por uma vaga em hospitais.
Na semana passada, houve a conclusão da votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados. O texto-base foi preservado, apesar de pressões do presidente Jair Bolsonaro para excluir os policiais do congelamento de salários. O dispositivo estabelece mecanismos em caso de descumprimento do teto de gastos públicos, além de viabilizar o retorno do Auxílio Emergencial.
Por fim, do cenário externo, o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão continua no radar dos investidores. Os mercados globais estão ansiosos por essa enxurrada de dólares, que beneficiará não só a economia dos EUA, mas também a de seus parceiros comerciais. A propósito, este acontecimento, por si só, enfraquece o dólar, visto que haverá mais moeda em circulação. Mas a situação do Brasil está tão caótica, que os investidores buscaram o dólar em vez de ativos de risco no pregão desta segunda.
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