O dólar comercial segue invicto em 2022. Três pregões no ano chegam ao fim com três altas da moeda norte-americana. Nesta quarta-feira (5), a divisa subiu 0,47% e fechou o dia cotada a R$ 5,7161, maior patamar desde 21 de dezembro (R$ 5,7394). Com o acréscimo do resultado, o dólar passa a acumular valorização de 2,54% ante o real na semana.
Nesta quarta, o assunto que mais repercutiu entre os investidores foi a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. No encontro, o banco afirmou que as injeções na economia americana chegariam ao fim em março deste ano. Além disso, o Fed também informou, à época, que deveria elevar três vezes os juros no país em 2022.
A divulgação da ata revelou que os participantes da reunião sinalizaram que os juros no país podem subir mais fortemente do que o esperado. “Alguns também destacaram que poderia ser apropriado começar a reduzir o tamanho do balanço do Federal Reserve relativamente logo depois do começo do aumento da taxa (de juros)”, afirmou a ata.
Em resumo, o aumento das pressões ao Fed para elevar mais vezes os juros no país acaba fortalecendo o dólar. Isso porque juros mais elevados nos EUA tendem a fazer os títulos soberanos do país terem uma rentabilidade mais alta. E esse é considerado o ativo mais seguro do planeta, ou seja, o ingresso de recursos nos EUA tende a crescer. E todo esse cenário fortalece o dólar.
Variante Ômicron segue preocupando e fortalece dólar
Além disso, os investidores continuaram atentos ao avanço da variante Ômicron no planeta. Em um único dia houve mais de 2,4 milhões de casos registrados de Covid-19 no planeta. Esse é o maior número diário desde o início da pandemia da Covid-19. Apenas nos EUA foram mais de 1 milhão de casos. Na verdade, a Ômicron possui uma transmissibilidade nunca vista.
Por fim, no cenário doméstico, a saúde fiscal do Brasil continuou no radar dos investidores. Os desdobramentos da PEC dos Precatórios e todo a bola de neve que a proposta irá gerar é uma questão que sempre pesa nos pregões. O mercado também segue atento às eleições presidenciais do país, que ocorrerão neste ano.
Leia Mais: Entrada de dólares no Brasil supera retirada em US$ 6,134 bilhões