O dólar comercial encerrou o pregão desta quarta-feira (15) em leve alta de 0,21%, cotado a R$ 5,7055. A saber, este é o quinto avanço consecutivo da moeda norte-americana e o maior patamar de fechamento desde 13 de abril (R$ 5,7161). Com isso, a divisa eleva sua valorização para 9,99% ante o real em 2021.
Nesta quarta, o que mais repercutiu entre os investidores foi a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. Em resumo, o banco anunciou que as injeções na economia norte-americana chegarão ao fim em março de 2022. A propósito, o Fed havia anunciado no início de novembro que isso só ocorreria em meados de 2022.
No entanto, a inflação elevada nos EUA pressionou a Fed a adiantar o encerramento do programa de recompra de títulos. O banco vem injetando US$ 120 bilhões mensalmente na economia americana desde o início da pandemia da Covid-19. Contudo, após a finalização dos estímulos, o Fed começará a elevar os juros no país. E a expectativa é que haja três elevações em 2022.
Cenário doméstico também influencia na cotação do dólar
Embora o exterior tenha repercutido bastante no pregão, o cenário doméstico também ficou no radar dos investidores. Em suma, o Banco Central (BC) revelou que a atividade econômica do Brasil cai 0,4% em outubro. A saber, esse indicador é considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e recuou pelo quarto mês seguido.
Além disso, o BC agiu para reduzir os ganhos do dólar no dia. A entidade vendeu US$ 950 milhões em moeda à vista através de ofertas extraordinárias em contratos de swap cambial tradicional. No entanto, nem mesmo essa intervenção do BC no mercado de câmbio fez o dólar cair no dia.
Vale ressaltar que a decisão do Federal Reserve beneficia o dólar, ainda mais diante de moedas emergentes, como o real. Isso porque juros mais elevados nos EUA tendem a fazer os títulos soberanos do país terem uma rentabilidade mais alta. E esse é considerado o ativo mais seguro do planeta, ou seja, o ingresso de recursos nos EUA devem crescer e fortalecer ainda mais o dólar.
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