O dólar subiu nos últimos quatro pregões, mas a sequência chegou ao fim nesta sexta-feira (8). Com uma leve queda de 0,02%, a moeda norte-americana interrompeu os avanços e fechou o dia cotada a R$ 5,5151. No entanto, o resultado semanal continuou positivo.
Em resumo, o dólar acumulou valorização de 2,73% nos cinco pregões desta semana. A saber, esse é o melhor resultado semanal desde a semana encerrada em 9 de julho, quando a divisa subiu 4,01%. Aliás, a alta também é a quinta seguida, visto que a última vez que a moeda teve perdas no acumulado foi na semana encerrada em 3 de setembro.
De lá pra cá, o avanço é bastante expressivo, de 6,39%. Inclusive, essa alta é praticamente a mesma acumulada pela moeda na parcial de 2021 (6,32%). Isso quer dizer que a valorização do dólar ante o real neste ano se deve às cinco últimas semanas.
Cautela no exterior impulsiona dólar
Durante a semana, diversos fatores externos impactaram a cotação do dólar. Na última segunda (4), a Evergrande, segunda maior empresa do setor imobiliário chinês, suspendeu suas operações na Bolsa de Hong Kong. Já a zona do euro havia atingido o maior patamar em 13 anos. Tudo isso impulsionou a divisa na sessão.
Já na terça (5), os juros da dívida americana a longo prazo voltaram a ultrapassar o nível de 1,5%. Nesse cenário, o dólar ganha força, porque os retornos financeiros crescem para os investidores que buscam a moeda norte-americana. E, mais uma vez, o real terminou o dia apanhando.
Na quarta (6), o que mais fortaleceu o dólar foi a continuidade dos preços elevados da energia, o que impulsiona a inflação até nas economias avançadas. Ao mesmo tempo, a desaceleração econômica da China aumentou os temores, visto que o país é a segunda maior economia mundial.
No pregão de ontem (7), os investidores preferiram não se arriscar antes da divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA. Em suma, as informações devem ajudar o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, a definir em que momento reduzirá os estímulos à economia do país.
Além disso, não há como esquecer o cenário doméstico. A saber, a população do Brasil continua sofrendo com inflação alta, taxa básica de juros subindo, crise hídrica e energética, combustível mais caro e reajustes salariais cada vez menores. Não é de se estranhar que o real continue apanhando para o dólar.
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