O dólar comercial teve uma semana de apreciação frente o real e, com a alta de 0,24% nesta sexta-feira, dia 8, encerrou o pregão cotado a R$ 5,4115. Aliás, a última vez que a moeda americana superou a marca dos R$ 5,40 foi no dia 23 de novembro do ano passado. Depois, chegou a cair até os R$ 5,0376, no dia 10 de dezembro, mas, de lá pra cá, voltou a seguir uma trajetória ascendente. E, com o acréscimo da alta de hoje, o dólar acabou fechando a semana subindo 4,32%.
Em resumo, a divisa americana registrou depreciação em relação aos pares emergentes do real, coisa que não aconteceu por aqui. Ou seja, questões domésticas pressionaram o câmbio mais uma vez, e o dólar saiu vitorioso novamente. A saber, a questão fiscal do Brasil, talvez o assunto mais recorrente entre os investidores que buscam ativos aqui no país, permaneceu no radar dos mercados. O receio com o retorno do auxílio emergencial, que parece bater cada vez mais a porta brasileira, aumentou a busca por proteção na moeda americana aqui no Brasil. Vale ressaltar que as infecções e mortes provocadas pela pandemia da Covid-19 no país estão batendo novos recordes.
Além disso, o deputado Baleia Rossi (MDB), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, vem lembrando dos grandes impactos que a pandemia causou no Brasil. Agora, com uma segunda onda, ele defende a decretação de um novo estado de calamidade, o que iria permitir gastos públicos superiores ao teto constitucional. Dessa forma, há muita cautela, ainda mais porque o país já se encontra fraco das pernas em relação às dívidas decorrentes das medidas de combate ao coronavírus.
Dólar pega carona nos desafios provocados pela pandemia
Em suma, o futuro incerto provoca medo nos investidores, que correm para o “porto seguro” que é o dólar. Assim, o real continua apresentando depreciação. Hoje, o Bradesco também afirmou que os desdobramentos da segunda onda da pandemia pode voltar a afetar setores econômicos do Brasil. Logo, as projeções vão depender tanto da evolução da doença no país quando do processo de vacinação da população.
Por fim, as incertezas em relação à agenda de reformas no Brasil também ajuda a pressionar o câmbio. E o dólar, no meio dessas situações, só faz ganhar mais força.
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